Após passar mal, Bolsonaro será reavaliado por médico que fez sua última cirurgia

Por Redação com FolhaPress 20/06/2025 19h07
Por Redação com FolhaPress 20/06/2025 19h07
Após passar mal, Bolsonaro será reavaliado por médico que fez sua última cirurgia
Ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou compromissos nesta sexta-feira, 20, em Goiás após sentir um mal-estar e retornou para Brasília, onde será examinado neste sábado, 21, pelo cirurgião Cláudio Birolini, responsável por sua última e complexa cirurgia abdominal realizada em abril. A consulta acontecerá no Hospital DF Star, mesmo local onde o ex-presidente foi internado anteriormente.

Bolsonaro estava em Goiânia para compromissos políticos quando apresentou sintomas de indisposição. Mesmo presente em um evento na manhã de sexta, permaneceu apenas 20 minutos, evitando discursar e se recolhendo para repouso antes de decidir interromper a agenda e retornar à capital federal. A informação do cancelamento foi confirmada pelo prefeito de Anápolis (GO), Márcio Corrêa (PL), em postagem nas redes sociais.

Segundo apuração do UOL, Bolsonaro já demonstrava sinais de debilidade desde a noite de quinta-feira (19), quando soltou um forte soluço durante uma solenidade na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia. Na ocasião, chegou a dizer: “Desculpa aí, que eu tô muito mal. Vomito dez vezes por dia. Talvez desce a primeira daqui a pouco, aí”. Apesar do quadro, insistiu em comparecer na manhã seguinte a um churrasco em um frigorífico de Goiânia, em evento com aliados e apoiadores com forte apelo eleitoral.

Fontes próximas ao ex-presidente afirmam que o mal-estar foi controlado com medicação, embora Bolsonaro tenha permanecido sonolento. A equipe que o acompanhava minimizou a gravidade da situação, dizendo que ele está em casa, em repouso.

Esta é a segunda vez neste ano que Bolsonaro interrompe uma viagem por questões de saúde. Em abril, passou mal em Santa Cruz (RN) e foi transferido de helicóptero para Natal, sendo posteriormente levado de UTI aérea para Brasília. Exames detectaram complicações intestinais relacionadas à facada sofrida em 2018, o que resultou em uma cirurgia de 12 horas considerada “extremamente complexa” por Birolini. O procedimento resultou na perda de mais de 20 quilos e exigia repouso absoluto por dois meses — recomendação que não foi cumprida.

Poucos dias após a cirurgia, Bolsonaro apareceu em um carro de som durante manifestação em Brasília, contrariando orientações médicas. A operação também teve uso político: seu filho, Carlos Bolsonaro, divulgou vídeos do pai em recuperação e imagens do abdômen aberto nas redes sociais, numa tentativa de mostrar força e resiliência.

Com sete cirurgias desde o atentado de 2018, o quadro de saúde de Bolsonaro continua sendo motivo de atenção e preocupação, especialmente com sua ativa agenda política mesmo diante das fragilidades físicas. A nova consulta com Birolini neste sábado deverá avaliar a necessidade de exames mais detalhados ou novos procedimentos.