Júri reconhece insanidade mental de pai que matou filho com deficiência durante surto, no interior de Alagoas

Por Redação com Assessoria 19/02/2025 12h12
Por Redação com Assessoria 19/02/2025 12h12
Júri reconhece insanidade mental de pai que matou filho com deficiência durante surto, no interior de Alagoas
Corpo foi encontrado no quintal de casa - Foto: Cortesia PM

Nesta quarta-feira (19), o júri reconheceu insanidade mental do pai que matou o próprio filho, que era cadeirante, durante um surto. O caso aconteceu no município de São José da Laje, interior de Alagoas, no dia 10 de agosto de 2023.

A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) assegurou o encaminhamento do acusado para acompanhamento psiquiátrico.

O réu passará por tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), sob medida de segurança. Ao longo do julgamento, o Defensor Público, Aloísio Moro, demonstrou que o réu apresentava alterações de comportamento semanas antes do ocorrido.

Em uma das ocasiões, inclusive, teria ameaçado pessoas desconhecidas no centro da cidade onde residia, tendo sido levado pela polícia para um hospital. Porém, na ocasião, não recebeu os devidos encaminhamentos para tratamento mental. Segundo o depoimento de um dos policiais que realizou a prisão, no dia do crime, o cidadão apresentava nítida confusão mental, não lembrava o que havia feito com o filho e falava de forma incoerente e incompreensível.

Conforme os autos, o pai cuidou do filho praticamente sozinho por 27 anos. O rapaz nasceu com deficiência e fazia uso de cadeira de rodas. Ambos viviam em um sítio afastado da cidade, em condições subumanas. Após o crime, o cidadão foi encaminhado para o manicômio judiciário, para que fosse feito um laudo sobre suas condições mentais.

O documento afirmava que ele era capaz de responder pelo crime, porém, ao mesmo tempo, era contraditório, informando sobre comportamentos que, na avaliação do Defensor Público, demonstravam a incapacidade do acusado. Um desses exemplos ocorreu durante o próprio julgamento, quando o réu, ao ver a sua imagem exibida na televisão, começou a conversar sozinho.