Em entrevista, empresário nega ter incendiado apartamento de ex-companheira após briga, em Maceió

Por Redação com agências 12/02/2025 17h05
Por Redação com agências 12/02/2025 17h05
Em entrevista, empresário nega ter incendiado apartamento de ex-companheira após briga, em Maceió
Incêndio em apartamento - Foto: Reprodução

Em entrevista coletiva, realizada nesta quarta-feira (12), o empresário alagoano afirmou que não incendiou o apartamento da ex-namorada na madrugada do último domingo (9), no bairro Ponta Verde, em Maceió.

O homem alegou que é inocente das acusações feitas contra ele e que não tem responsabilidade em relação ao incêndio. Respondendo as perguntas, o empresário contou em sua versão que foi a jovem quem ficou chateada porque ele não viajaria com ela para a Itália, e não o contrário.


“Eu sou inocente, eu não tenho nada a ver com o que aconteceu, nunca fui contra a viagem da Mariana. Fui eu quem comprei no meu Pix [as passagens aéreas de Mariana], eu que fiz toda a transação para ela. Se eu não quisesse que ela viajasse, seria a coisa mais simples impedir ela de viajar, seria cancelar essa passagem”, afirmou ele.  

 “Ao entrar no apartamento, a primeira coisa que fiz foi avisar o irmão dela. Abri a porta, falei com ele, informei que estava pegando minhas coisas, recolhi tudo, desci tranquilamente, como mostram as imagens do elevador. Passei pela portaria, deixei minha mala no carro, peguei a cadeira de bebê que estava no veículo, entreguei de volta à portaria e saí”, detalhou. “Não tenho nada a ver com o incêndio, não agredi Mariana. Na verdade, fui agredido e tenho as imagens e testemunhas”, relatou o empresário.

Entenda o caso 

A jovem de 30 anos contou que tinha uma viagem programada para a Itália e que o então namorado inicialmente planejava acompanhá-la, mas depois mudou de ideia e tentou desestabilizá-la para que desistisse da viagem. As discussões sobre a viagem se intensificaram na semana do embarque, levando ao fim do relacionamento. Ela relatou ter terminado o namoro por mensagem e deixado os pertences do rapaz em uma mala na portaria do prédio onde mora.

Na mesma noite, após sair com amigos, ela encontrou o ex-namorado em uma festa, onde ele teria debochado e se recusado a entregar a chave do apartamento dela. Em seguida, ele teria esmurrado o carro da ex. Pouco depois, um incêndio começou no apartamento dela. O porteiro relatou que o ex-namorado esteve no prédio, pegou a mala na portaria e, após subir e descer, o incêndio teve início.

A moradora conta que o fogo começou em sua mala, onde estavam seu passaporte e o de sua filha. Seu irmão acordou com o incêndio e tentou salvá-la, imaginando que ela também estava no local.

Imagens de videomonitoramento do prédio flagraram o momento em que o suspeito entrou e saiu do imóvel poucos minutos antes das chamas se espalharem pelo local. As câmeras mostram que ele chegou ao prédio da ex-namorada às 3h58 de sábado. Depois de pegar a mala, ele subiu para o apartamento. Às 4h10, pegou o elevador e foi embora. Oito minutos depois, outra câmera registrou uma fumaça escura saindo do apartamento.

“Eu comecei a me desesperar, vim correndo, subi as escadas, mas já tinha muita fumaça. Fiquei tonta e desci novamente. Até então, ninguém imaginava que tinha sido ele, porque ninguém acreditava que ele tivesse coragem de fazer isso. Além disso, meu irmão estava dormindo e não viu a hora que ele entrou ou saiu. A última vez que tive notícia dele, ele tinha quebrado meu carro, mas não imaginei que ele fosse até minha casa”, relatou Mariana.

A Polícia Civil investiga as circunstâncias do incêndio. De acordo com a delegada Ana Luíza Nogueira, há indicativos de crime de feminicídio, pois, segundo informações do Boletim de Ocorrência, o homem acreditava que Mariana estava dentro do apartamento.

“Temos indicativo de crime de tentativa de feminicídio, porque, de acordo com informações do BO, ele achava que a vítima se encontrava no local. Felizmente, ela não estava. Porém, havia outros dois familiares que estavam dormindo. Também há indicativos de crime de violência psicológica, pois ele tinha o hábito de esmurrar a parede quando estava nervoso e já havia destruído um notebook em uma situação anterior. Além disso, estamos apurando a comprovação do crime de violência patrimonial, previsto no artigo 250 do Código Penal, que trata de causar incêndio colocando em risco a integridade física de outras pessoas e causando dano patrimonial”, afirmou a delegada.