Como será a devolução de R$ 20 milhões do Banco do Brasil a clientes

Por Metrópoles 06/02/2025 13h01
Por Metrópoles 06/02/2025 13h01
Como será a devolução de R$ 20 milhões do Banco do Brasil a clientes
Banco do Brasil - Foto: Reprodução

O Banco do Brasil firmou um acordo com o Banco Central (BC) para a devolução de mais de R$ 20 milhões a clientes, em função de cobranças indevidas sobre operações que envolvem cheque especial e cartões de crédito e débito. O termo de compromisso entre a instituição financeira e a autoridade monetária foi assinado na última segunda-feira (3/2).

Veja como será a devolução

Pelo acordo, o Banco do Brasil devolverá R$ 14,1 milhões por ter cobrado indevidamente tarifas de fornecimento de segunda via de cartão.

Entre 2013 e 2024, foram prejudicados, nesse caso específico, mais de 1,5 milhão de clientes.

Também serão restituídos R$ 6,5 milhões após cobranças de taxa de juros superior ao limite máximo de 8% nas operações de cheque especial para microempreendedores individuais (MEIs), atingindo 15,4 mil clientes entre 2020 e 2022.

Caso não consiga reembolsar os clientes prejudicados em um prazo máximo de 12 meses, o Banco do Brasil terá de pagar ao BC o equivalente ao saldo remanescente dos valores devidos.

Cadastro atualizado

Os clientes que estiverem com seus dados atualizados no banco receberão o dinheiro por meio de um estorno feito diretamente na fatura do cartão de crédito ou depósito em conta.

Caso isso não seja possível, o Banco do Brasil terá de entrar em contato diretamente com os clientes.

Correção pela inflação

De acordo com o compromisso firmado com o BC, os valores dos reembolsos deverão ser atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, desde a data em que foram cobrados indevidamente até a data da efetiva devolução.

Se eventuais valores devolvidos não tiverem sido corrigidos pela inflação, o Banco do Brasil deverá restituir aos clientes o saldo da atualização remanescente – também atualizado pelo IPCA.

Contribuição pecuniária

O Banco do Brasil ainda terá de pagar R$ 3,75 milhões em contribuição pecuniária ao BC – uma espécie de compensação pela conduta irregular.

Multas e penalidades

Em caso de descumprimento de qualquer prazo estipulado no acordo, o Banco do Brasil receberá uma multa diária de R$ 3 mil enquanto durar o atraso ou até a data em que o BC decidir sobre a execução completa das obrigações.

Se não houver o recolhimento da contribuição pecuniária no prazo definido, também serão cobrados juros moratórios de 1% ao mês e uma multa de 2%.

Também poderão ser adotadas medidas administrativas e judiciais, além de processos administrativos “a fim de proceder à apuração das infrações e de aplicar as sanções porventura cabíveis”.


Auditoria independente

Ficou determinado que o Banco do Brasil deverá contratar uma empresa de auditoria independente indicada pelo BC em até 90 dias.

A autoridade monetária também deverá receber do Banco do Brasil relatórios semestrais elaborados por auditoria interna sobre o cumprimento das obrigações previstas no acordo.

O que diz o Banco do Brasil

Por meio de nota, o Banco do Brasil disse ter “compromisso de atendimento de excelência a seus clientes” e informou que “as questões já foram devidamente solucionadas”.

“O BB destaca que detém a melhor posição no ranking Bacen, entre as maiores instituições financeiras do país, há 10 trimestres consecutivos, sendo, portanto, o banco menos reclamado dentre todos os grandes bancos”, diz o texto.