Aumento da renda do trabalhador e queda do desemprego elevam vendas do comércio de Alagoas
O aumento do rendimento médio do trabalhador e a queda do desemprego em Alagoas contribuíram para elevar as vendas no comércio local em 2024. Segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a novembro do ano passado, o setor alagoano acumula um crescimento de 7,3%, na comparação com o mesmo período de 2023.
O avanço do comércio alagoano ficou acima da média nacional de 5%. Em novembro, as vendas locais registraram alta de 0,8, ante o mês anterior. O desempenho de Alagoas é superior à média nacional, que registrou recuo de 0,4%.
Quando analisados os dados do comércio varejista ampliado – que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado –, as vendas locais acumulam alta de 7% no ano. Na análise mensal, o setor registrou crescimento de 6,4%, na comparação com o mesmo mês de 2023.
Com o aumento nas vendas, a receita nominal (valor total arrecadado, sem considerar a inflação) do setor alagoano apresenta crescimento de 10,1% no acumulado de 2024. Na comparação mensal, o avanço em novembro foi de 14,5% ante o mesmo mês do ano anterior, e de 1,4% em relação a outubro.
Fatores
O desempenho das vendas do comércio alagoano está diretamente ligado ao aumento da renda do trabalhador. Segundo o Boletim Macro Regional do Instituto Brasileiro de Economia, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alagoas registrou o maior crescimento do país – ao lado do Espírito Santo – do rendimento real médio do trabalhador no terceiro trimestre de 2024.
De acordo com o estudo, a renda média real mensal do alagoano apresentou avanço de 11,6% em relação ao terceiro trimestre de 2023. O índice é 7,9 pontos percentuais maior que a média nacional de 3,7%. Regionalmente, o percentual é maior do que o registrado no Rio Grande do Norte, que aparece em segundo lugar do ranking, com 10,4%, e de Sergipe (9,5%).
Em termos absolutos, o rendimento médio mensal do trabalhador alagoano saiu de R$ 2.037 no terceiro trimestre de 2023, para R$ 2.273 no mesmo período do ano passado.
Na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2024, o rendimento médio mensal do trabalhador de Alagoas também registrou a maior alta do Nordeste, com 6,3%. O ranking segue com a Paraíba (4,9%), Sergipe (2%) e Pernambuco (1%).
Nesse recorte, seis estados da região tiveram desempenho negativo, com destaque para a Bahia, com retração de 5,9%, Ceará (-3,8%) e Rio Grande do Norte (-3,3%).
Em Alagoas, a população ocupada no terceiro trimestre do ano passado era de 1,27 milhão de pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE). O volume representa um aumento de 3,3% ante o mesmo período de 2023.
Recuo do desemprego
Além do aumento da renda média do trabalhador, a queda na taxa de desemprego também contribuiu para elevar as vendas do comércio local. Dados do IBGE mostram que a taxa de desemprego em Alagoas recuou 0,4% na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2024 e atingiu 7,7%.
Trata-se da menor taxa da história, desde que o órgão iniciou o levantamento, em 2012. Essa é a segunda vez consecutiva que Alagoas registra mínima histórica na taxa de desocupação. No trimestre entre abril e junho, a taxa de desemprego atingiu 8,1%, até então a menor da série.
De acordo com o IBGE, entre julho e setembro, havia 107 mil alagoanos fora do mercado de trabalho, contra 113 mil desempregados entre abril e junho. Em números absolutos, significa que seis mil trabalhadores voltaram para o mercado de trabalho entre um trimestre e outro.
O levantamento também mostra que Alagoas apresentou a segunda maior alta do Nordeste em número de trabalhadores com carteira assinada, com 61,8%. O percentual fica atrás apenas do Rio Grande do Norte, com 64,9%.
A melhora na taxa de desocupação é resultado direto dos investimentos feitos pelo Governo do Estado em diversas áreas, entre eles segurança pública, infraestrutura e turismo, que possibilitaram a chegada de grandes empreendimentos e, consequentemente, a geração de mais empregos.