Polícia diz que frigorífico 'maquiou' carne estragada do RS e reembalou como produto nobre do Uruguai

A investigação sobre o caso das toneladas de carnes que ficaram submersas durante a enchente histórica do Rio Grande do Sul aponta que a empresa vendeu peças estragadas como se fossem nobres e vindas do Uruguai.
A empresa, que é de Três Rios, no RJ, acabou repassando carnes para o mesmo frigorífico que vendeu as 800 toneladas do material podre - que deveria ter sido transformado em ração de animal. Essa carne, segundo a polícia, foi lavada para retirar os resíduos de lama e colocada nas caixas que simulam marca uruguaia.
Uma peça de picanha, do mesmo lote, ainda estava sendo comercializada nesta quarta (22) na empresa investigada. A investigação mostrou que a carne foi maquiada e vendida como própria para consumo. Quatro pessoas foram presas.
As investigações começaram depois que a empresa que realizou a venda procurou a polícia para dizer que notou ter comprado a carne estragada de volta como se estivesse boa e própria para consumo humano.
Segundo a polícia, essa peça em questão foi vendida para um frigorífico de Nova Iguaçu, que por sua vez revendeu para empresas de Minas Gerais. Por uma coincidência, a carne acabou sendo oferecida de volta para o produtor de Canoas, onde tinha ficado meses debaixo d'água.
Fotos mostram que o produto chegou ao Rio Grande do Sul com aspecto de podre. Pelos lotes nas embalagens, o produtor que tinha perdido a carne notou se tratar do mesmo material.
Agora, a polícia tenta localizar as outras empresas que compraram a carne sem saber que era um produto impróprio. O rastreio está sendo feito através de notas fiscais apreendidas no frigorífico para encontrar possíveis compradores do material.
No comércio investigado, a polícia encontrou ainda centenas de caixas de medicamentos e teste de Covid vencidos, além de cigarros e até produtos de beleza na mesma situação. Todo o material foi inutilizado com cloro e entregue à companhia de limpeza.
A empresa é autorizada a fazer o reaproveitamento de produtos vencidos e alegou aos produtores gaúchos que a mercadoria seria transformada em ração animal.
Mas a Decon apurou que pacotes de carnes bovina, suína e de aves estragadas foram postos à venda para açougues e mercados de todo o país. “Temos informações de que a carne foi maquiada para esconder a deterioração provocada pela lama e pela água que ficaram acumuladas lá no frigorífico da capital gaúcha”, explicou o delegado Wellington Vieira.
“Até onde a gente sabe pelas investigações, a carne foi transportada para diversos outros compradores que não sabiam da procedência. Foram 32 carretas que saíram do Sul para diversos destinos do Brasil”, afirmou.
“Todas as pessoas que consumiram essa carne correram risco de vida. Quando uma mercadoria fica debaixo d’água, adquire circunstâncias e condições que trazem risco iminente à saúde”, frisou o delegado.
Lucro de 1.000%
A polícia descobriu também que a empresa lucrou muito com o esquema.
“Segundo as notas fiscais, a carne boa estava avaliada em torno de R$ 5 milhões, mas a empresa comprou as 800 toneladas estragadas por R$ 80 mil”, declarou Vieira.
Os investigados podem responder ainda pelos crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com alcance em todo o país.
Últimas Notícias

ASA estreia com vitória na Série D do Brasileiro e faz 3 a 0 na Juazeirense
Bandidos invadem canteiro de obras do novo hospital de Palmeira dos Índios, rendem vigilante e roubam materiais

PM apreende quatro armas de fogo e drogas em ocorrências registradas no sábado em Alagoas

Morre a cantora e compositora Cristina Buarque, irmã de Chico, aos 74 anos

'Quando enfrentei a depressão aos 60 anos, encontrei na corrida um novo propósito', diz Carminha; participação de atletas femininas alagoanas em competições dobra em 2024
Vídeos mais vistos

Morte em churrascaria de Arapiraca

Festa termina com jovem morta e dois feridos no Agreste alagoano

Homem que conduzia motocicleta pela contramão morre ao ter veículo atingido por carro, em Arapiraca

Reinauguração Supermercado São Luiz
