Israel e Hamas assinam novo cessar-fogo em Gaza, com mediação internacional
Após 467 dias de intenso conflito que resultaram em quase 48 mil mortes, Israel e Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O anúncio foi feito em Doha, capital do Catar, pelo primeiro-ministro catariano, Mohammed bin Abdulrahman, que atuou como mediador ao lado de Egito e Estados Unidos. O cessar-fogo entrará em vigor no próximo domingo, 19, e busca estabelecer bases para o fim definitivo da guerra.
O conflito, iniciado em outubro de 2023, reacendeu tensões no Oriente Médio e causou uma grave crise humanitária na região. A trégua é a segunda tentativa de interromper as hostilidades, mas desta vez, o acordo inclui um plano de etapas para promover estabilidade e reconstrução.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, celebrou o acordo, relembrando sua proposta de paz apresentada em maio de 2024 e endossada pelo Conselho de Segurança da ONU. “É hora de os combates terminarem e o trabalho de construir a paz começar”, declarou Biden.
O Hamas, por sua vez, classificou o acordo como uma vitória política, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu esforços redobrados para aliviar o sofrimento da população civil.
O anúncio ocorre em meio a uma transição de governo nos EUA. Donald Trump, que assume a presidência na segunda-feira (20), já prometeu trabalhar para garantir a implementação do acordo e pressionar por soluções duradouras para a região.
Principais Termos do Acordo
Libertação de reféns: O Hamas se comprometeu a liberar gradualmente os cerca de cem reféns sob seu controle. A primeira fase, com duração de 45 dias, prevê a libertação imediata de 33 reféns, incluindo crianças, mulheres e pessoas idosas.
Em contrapartida, Israel libertará mais de mil prisioneiros palestinos, excluindo membros do Hamas diretamente envolvidos nos ataques de outubro de 2023.
Retirada de tropas Israelenses: A retirada será realizada em etapas, com Israel mantendo forças ao longo da fronteira para proteger suas cidades próximas.
Haverá mecanismos de segurança para evitar o contrabando de armas através do corredor de Filadélfia, na fronteira entre Gaza e Egito.
Ajuda humanitária: O acordo prevê um aumento significativo na entrada de suprimentos e assistência humanitária ao território devastado, em colaboração com organizações internacionais.
Governança de Gaza no pós-guerra: A administração futura de Gaza permanece em discussão, com propostas para uma governança conjunta entre a Autoridade Palestina, a ONU e aliados internacionais. Israel reafirma que o Hamas não poderá continuar governando a região.