Ministros do STF veem anistia ao 8 de janeiro como enterrada após explosões em Brasília

Por Redação, com Blog da Andreia Sadi 14/11/2024 08h08
Por Redação, com Blog da Andreia Sadi 14/11/2024 08h08
Ministros do STF veem anistia ao 8 de janeiro como enterrada após explosões em Brasília
Homem morreu em frente ao STF - Foto: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pelo blog avaliam que as explosões na Praça dos Três Poderes noite de quarta-feira (13) são uma continuidade dos ataques de 8 de janeiro e enterram articulação e expectativa de anistia para os envolvidos naqueles ataques.

Apesar de considerado inconstitucional por juristas, a anistia vem sendo discutida no Congresso em um projeto que perdoa as condenações dos participantes dos atentados e atinge todas as medidas de restrição de direitos (como prisão e uso de tornozeleira eletrônica).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vinha defendendo a aprovação da anistia, e contava com ela para tentar reverter a sua inelegibilidade.

As explosões de quarta devem, ainda, frear a articulação nos bastidores para que se suavize as penas aplicadas aos envolvidos no 8 de janeiro-como querem parlamentares de extrema direita.

Para ministros ouvidos pelo blog, o ato de quarta reforça que episódio de 2023 “não foi um domingo no parque” e segue alimentando extremistas de direita, há um efeito manada – para os quais a eleição Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos funcionou como um "estímulo geral" e uma "injeção de ânimo".

Na avaliação da corte, a eleição de Trump estava estimulando parlamentares por acharem que poderiam importar modelo que pode ser adotado por lá de perdão a golpistas do 6/1.

Nas palavras de um ministro, esse fato novo reforça que o 8 de janeiro "não foi um domingo no parque" e que não há espaço para uma anistia de um “golpe que ainda não morreu” e está incrustado em setores da sociedade – inclusive, tendo a Câmara dos Deputados como alvo.

O novo episódio deve, ainda, acelerar a conclusão do inquérito da tentativa de golpe de estado, do qual Bolsonaro é um dos alvos.

Caso vai ser investigado como terrorismo

Segundo a PF, as explosões de quarta vão ser investigadas como ato terrorista. Por isso, o inquérito aberto pela corporação vai ser tocado pela Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da Diretoria de Inteligência Policial.

Foram dois episódios principais: o primeiro, em um carro estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados. Na sequência, outra explosão que matou um homem em frente ao STF.

O morto, Francisco Wanderley Luiz, era o proprietário do proprietário do veículo. Ele foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu.