Defesa de médico indiciado por estupro da filha em Arapiraca nega crime e diz que laudo comprova inocência

Por Redação 01/10/2024 19h07 - Atualizado em 02/10/2024 07h07
Por Redação 01/10/2024 19h07 Atualizado em 02/10/2024 07h07
Defesa de médico indiciado por estupro da filha em Arapiraca nega crime e diz que laudo comprova inocência
Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Mulher de Arapiraca e Delegacia Especial da Criança e do Adolescente de Arapiraca - Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (1), a defesa do médico indiciado por estupro de vulnerável contra a filha de 3 anos em Arapiraca afirmou que ele não cometeu o crime e também disse que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca comprova que a criança não foi abusada sexualmente. A reportagem entrou em contato com o órgão e recebeu a informação de que o laudo não pode ser divulgado.

Na última semana, a delegada Maria Fernandes Porto, da Delegacia Especial da Criança e do Adolescente de Arapiraca, concluiu o inquérito do caso, indiciando o médico.

A defesa do médico repudiou a atuação da delegada e afirmou que “a conclusão do inquérito é contrária aos fatos apurados e contraria o principal documento que é o Laudo de Exame de Corpo de Delito (Exame de Estupro), documento oficial de exame realizado por médico do IML de Arapiraca, que comprova que não houve qualquer violência sexual contra a criança”. Além de criticar o resultado das investigações, a defesa alega que o vídeo divulgado pela delegada logo após a conclusão do procedimento falta "com a ética profissional" e contraria "determinação legal de sigilo - art. 234-B do Código Penal".

"Forneceu informações suficientes para a identificação das partes, o que acabou com a vida do médico e da criança, e inclusive colocou em risco a integridade física do pai, que está sendo execrado pela sociedade, inclusive sofrendo ameaças de morte”, diz a defesa.

Segundo as informações da Polícia Civil, a mãe da criança foi a pessoa responsável pela denúncia. Ela teria desconfiado do comportamento do marido, com quem está em processo de separação, após presenciar atitudes incomuns dentro de casa.

"De acordo com relato da mãe da vítima, após notar sinais preocupantes, decidiu instalar câmeras de monitoramento em sua residência", destacou a Polícia Civil na ocasião.

"Desconfiada dos abusos, ela levou a filha a uma psicóloga e também resolveu procurar a delegacia para formalizar a denúncia e buscar proteção para a criança. Em depoimento, o médico negou todas as acusações", acrescenta.

Os advogados negam que imagens que comprovam os estupros tenham sido apresentadas pela mãe da criança à polícia.

“Além disso, a mãe da criança, (que também é médica e trabalha em vários hospitais de Arapiraca e em posto de saúde do interior), mentiu ao informar que teria instalado câmeras em casa após suspeitar de atitudes do esposo com a filha do casal e que as filmagens comprovam sua acusação. As câmeras existem desde que a criança nasceu e, após a mudança da senha de acesso pela mãe da criança, somente ela tem acesso às gravações que até o momento não foram apresentadas. O pai da criança protocolou pedido para que ela seja obrigada a entregar as imagens das câmeras à justiça, as quais comprovarão a convivência respeitosa e amorosa que existe entre ele e sua filha.”

“A divulgação de fotografias da menor na rede mundial de computadores causou danos irreparáveis e perpétuas à criança, pois está agora fadada a ser para sempre apontada pelas pessoas que julgaram o caso sem conhecer o contraditório e a verdade, como a criança que foi estuprada pelo pai, ou, pelas pessoas que conhecerão a verdade, como a criança que foi usada pela mãe para se vingar do próprio pai em um processo de separação, além de ter resultado em uma verdadeira condenação do pai, que está sendo massacrado pela sociedade e já foi afastado dos seus empregos e está privado da convivência com a filha. Como serão reparados os danos causados ao médico e sua filha?”, conclui.