Estados Unidos apreendem avião presidencial de Venezuela por violação de sanções

Por Redação com Terra 02/09/2024 20h08
Por Redação com Terra 02/09/2024 20h08
Estados Unidos apreendem avião presidencial de Venezuela por violação de sanções
Autoridades afirmam que avião foi adquirido por meio de empresa fantasma - Foto: Departamento de Justiça dos EUA

O governo dos Estados Unidos apreendeu, nesta segunda-feira, 2, o avião presidencial da Venezuela, em um movimento que intensifica a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro. O Departamento de Justiça dos EUA confirmou a informação e destacou que a apreensão se deu devido à violação de sanções impostas pelos Estados Unidos contra o regime venezuelano.

Além disso, de acordo com o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, a aeronave, um Dassault Falcon 900 EX, foi adquirida ilegalmente por meio de uma empresa fantasma e contrabandeada para fora dos Estados Unidos para uso de Maduro e seus aliados. “Esta manhã, o Departamento de Justiça apreendeu uma aeronave que, alegamos, foi ilegalmente comprada por US$ 13 milhões por meio de uma empresa fantasma e contrabandeada para fora dos Estados Unidos para uso de Nicolás Maduro e seus comparsas”, declarou Garland em comunicado.

O avião apresenta ter passado por locais como São Vicente e Granadinas, Cuba e Brasil, sendo que algumas das viagens tinham o Maduro como passageiro.

A apreensão do avião ocorre em um momento delicado para o governo Maduro, que enfrenta crescente pressão internacional após as eleições presidenciais na Venezuela. Apesar de o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) de o país ter declarado Maduro vencedor, o processo eleitoral foi criticado pela falta de transparência, já que as atas eleitorais não foram apresentadas para comprovar o resultado.

Autoridades americanas informaram que a apreensão da aeronave foi realizada em colaboração com a República Dominicana, onde o avião foi inicialmente interceptado. A aeronave, que atualmente está registrada com o prefixo T7 - pertencente à República de San Marino -, foi levada pelas autoridades americanas para Fort Lauderdale, na Flórida.

Ainda em agosto de 2019, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia emitido a Ordem Executiva 13884, que proíbe envolvimento de cidadãos estadunidenses em transações com indivíduos que atuam ou supostamente atuam direta ou indiretamente em nome do governo da Venezuela.

O agente especial Anthony Salisbury, da Homeland Security Investigations (HSI) de Miami, afirmou que a apreensão da aeronave é uma ação significativa contra as atividades ilegais do regime de Maduro.

Além disso, o Departamento de Comércio dos EUA impôs controles de exportação para itens destinados a usuários finais militares ou de inteligência militar venezuelanos, como parte das sanções para proteger os interesses de segurança nacional e política externa dos Estados Unidos.

O governo da Venezuela, por sua vez, ainda não se manifestou sobre a apreensão.