Rebeca Andrade, Júlia Soares e Simone Biles ficam fora do pódio da final de trave em Paris 2024
O sonho da sexta medalha olímpica de Rebeca Andrade foi adiado. Na final da trave nas Olimpíadas de Paris 2024, a brasileira conseguiu se manter na trave durante toda a sua série, numa manhã em que seis das oito finalistas caíram. Ainda assim, errou ligações durante a apresentação, o que resultou na redução no grau de dificuldade na sua série, e terminou em quarto lugar.
Simone Biles, que nunca conquistou uma medalha olímpica no aparelho, passou em branco mais uma vez. Manteve a dificuldade de sua série, mas caiu e também ficou fora do pódio, em quinto lugar. O ouro foi para a italiana Alice D'Amato, com o prata para a chinesa Yaqin Zhou e o bronze para a também italiana Manila Esposito. A brasileira Julia Soares ficou em sétimo.
O alto grau de dificuldade nas séries levou a uma série de quedas nas cinco primeiras apresentações, além da de Simone. Veja como foram as séries e confira os vídeos com as séries das finalistas da trave de Paris 2024.
A trave de Rebeca
Rebeca não caiu, diferentemente de seis das oito ginastas da final. No entanto, um erro a levou a perder ligações entre os saltos e acrobacias e reduziu a dificuldade de sua série de 6.100 para 5.700. Acabou em quarto lugar, com nota 13.933.
Nas classificatórias, no dia 28 de junho, Rebeca apresentou uma séria difícil, de grau 6.100, e cravada, em que mal respirou entre um salto e outro, entre uma acrobacia e uma pose. Com 14.500, classificou-se atrás apenas de Simone Biles e da chinesa Yaqin Zhou. Com essa nota, Rebeca teria sido ouro na manhã desta segunda-feira. Nas finais por equipes e do individual geral, a ginasta manteve a série das classificatórias e mesmo com desequilíbrios, ficou com 14.133, nota que lhe daria a prata. A falha nas ligações entre os saltos, no entanto, lhe custou a medalha na final do aparelho.
A trave de Simone
Simone Biles também erra. A americana apostou em sua série mais difícil, de grau 6.400, com direito a um triplo giro de cócoras, uma sequência de flic com duplo layout e uma saída cravada no Biles, movimento que leva seu nome, da trave. A estrela, no entanto, caiu. Com incríveis 14.733 na classificação e um bom 14.566 na final do individual geral, dessa vez Simone precisou se conformar com 13.100. Nada de medalha para Simone.
A trave de Júlia Soares
Caçulinha da equipe brasileira com 18 anos, Julia Soares novamente começou com o Soares, entrada que leva seu nome, e emendou com um triplo giro de cócoras perfeito. Depois de uma série de acrobacias muito bem feita, incluindo um flic com layout e um mortal grupado para trás, a brasileira se desequilibrou em um salto ginástico, um cadete, e sofreu uma queda.
Voltou para a trave e encerrou com uma saída com um passinho para trás. Recebeu o abraço de Rebeca Andrade antes de ver sua nota, 12.333. Terminou em sétimo lugar.
A brasileira havia feito uma série impecável nas classificatórias, recebendo 13.800 e ficando com a última vaga nas finais do aparelho. Na final por equipes, no entanto, caiu, perdeu uma ligação de elementos por causa da falha, e ganhou apenas 12.400. Ainda assim, acima da nota da final.
A trave de ouro de Alice D'Amato
Última a se apresentar antes de Simone e Rebeca, a italiana Alice D'Amato fez uma bela série, sem quedas. E não cair num dia em que todas a cinco anteriores caíram já é motivo de comemoração. A ginasta saiu com duas piruetas e meia cravadas e somou 14.366, pulando para a primeira colocação e garantindo ao menos o bronze. Ficou aguardando as duas últimas, Simone e Rebeca. Com a queda de Simone e a série simples de Rebeca, comemorou muito o ouro.
A prova das outras ginastas
A medalhista Yaqin Zhou já vinha mostrando que era favorita ao pódio e desde as classificatórias, quando apresentou a série de maior grau de dificuldade de todas as ginastas, 6.600. Nela, fez a maior nota geral, 14.866, e se colocou como potencial ganhadora do ouro. Na final por equipes, no entanto, uma falha grave fez sua nota baixar para 12.300. Dessa vez, uma nova falha, mais sutil, a deixou com a medalha de prata, com nota 14.100.
Aos 18 anos, Zhou teve um desequilíbrio grande na final desta segunda, colocando a mão na trave para não cair e perdendo meio ponto. Uma boa série, em que deu um passo para trás na saída em tripla pirueta.
Sunisa Lee foi a segunda a se apresentar e teve uma queda muito feia depois de um flic com duplo layout, recebendo 13.100 de nota e saindo da briga pelo pódio.
A italiana Manila Esposito fez uma entrada de impacto, com flic, layout e flic, uma sequência de três acrobacias, e teve uma saída cravada de rodada com mortal carpado. Um desequilíbrio médio no meio da série, mas não chegou a cair e ganhou a boa nota de 14.000.
A romena Sabrina Maneca-Voinea caiu não uma, mas duas vezes, e passou para a última colocação, com 11.733.