Atleta holandês condenado por estupro é vaiado em estreia no vôlei de praia nas Olimpíada

Por GE 28/07/2024 18h06
Por GE 28/07/2024 18h06
Atleta holandês condenado por estupro é vaiado em estreia no vôlei de praia nas Olimpíada
Steven Van De Velde cumpriu pena por estupro, voltou ao esporte e está classificado para Paris 2024 - Foto: Pablo Morano/BSR Agency/Getty Images

O atleta de vôlei de praia holandês Steven van de Velde foi vaiado pela torcida em Paris ao entrar na quadra junto com o companheiro Matthew Immers neste domingo. Condenado por estupro de uma menina de 12 anos, Steven van de Velde está estreando nas Olimpíadas contra a dupla italiana Alex Ranghieri e Adrian Carambula no vôlei de praia.

As vaias foram mais marcantes quando Steven van de Velde foi apresentado ao público - algo que não aconteceu com Matthew Immers, que faz dupla com o holandês condenado por estupro. Alguns aplausos também foram ouvidos na arena, que fica aos pés da Torre Eiffel.

Van de Velde foi condenado a quatro anos de prisão na Grã-Bretanha, em 2016, pelo estupro de uma menina de 12 anos, em 2014, quando o atleta tinha 19. Ele cumpriu parte da sentença antes de retornar à Holanda. O holandês voltou a competir no vôlei de praia em 2017.

Diante da repercussão negativa sobre a participação Van de Velde nos Jogos Olímpicos, o Comitê Olímpico da Holanda decidiu não deixá-lo na vila olímpica e acomodá-lo em uma moradia alternativa. Ele também está proibido de falar com a imprensa.

Ainda assim, o COI vinha sendo cobrado sobre a presença de Van de Velde, com a alegação de que os órgãos esportivos estariam enviando uma mensagem perigosa aos estupradores e causando "danos colaterais" às vítimas de abuso sexual, segundo reportado pelo jornal britânico The Guardian.

Entenda o caso

Em 2014, Steven van de Velde, à época com 19 anos, voou de Amsterdã, na Holanda, até Milton Keynes, no Reino Unido, para conhecer uma estudante de 12 anos, que havia conhecido pela internet. Embora estivesse ciente de que a vítima era virgem e menor de idade, o holandês a forçou a ter relações sexuais.

O crime sexual acabou descoberto depois que a menina, cuja identidade não é revelada para preservá-la, esteve em uma clínica médica para tomar uma pílula do dia seguinte, sob orientação de van de Velde. Em 2016, recebeu a sentença de quatro anos de prisão por estupro.

Na a sentença, a juíza Francis Sheridan declarou: "Uma criança jovem e ingênua e tola formou a visão de que você a amava. Na realidade, você só a conhecia na internet, nunca a tinha conhecido antes e tinha plena consciência da diferença de idade. O dano emocional que foi causado a essa criança é enorme. À medida que ela amadurece, ela terá que perceber que você não é o homem legal que ela pensou que você era e esperava que você fosse".