J. Borges, mestre da xilogravura e Patrimônio de Pernambuco morre vítima de parada cardíaca
Faleceu, na madrugada de hoje, sexta-feira, 26, o renomado xilogravador e cordelista J. Borges, aos 88 anos. O artista estava em tratamento para uma infecção na perna em sua residência, localizada ao lado do Memorial Jota Borges, em Bezerros, Pernambuco.
A morte foi provocada por uma parada cardíaca, e o corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Caruaru. A notícia foi confirmada pela família do artista.
José Francisco Borges, conhecido como J. Borges, era uma figura emblemática da cultura nordestina e brasileira. Nascido em Bezerros, no Agreste pernambucano, J. Borges se destacou como xilogravador, poeta e cordelista, sendo amplamente reconhecido por seu trabalho que celebrava e preservava a cultura popular do Nordeste.
O artista foi um dos grandes responsáveis por popularizar a literatura de cordel na região, abordando temas como folguedos populares, religiosidade, folclore, cangaço e a vida rural em suas obras. Seus trabalhos foram exibidos em todo o Brasil e em mais de 20 países, incluindo Cuba, Japão, Estados Unidos e Venezuela.
Entre suas inúmeras conquistas, J. Borges recebeu o prêmio UNESCO na categoria Ação Educativa/Cultural, a Medalha de Honra ao Mérito do Ministério da Cultura e foi escolhido em 2002 para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas. Em 2005, foi declarado Patrimônio Vivo de Pernambuco. Em uma reportagem de 2006 do jornal New York Times, J. Borges foi comparado a Pablo Picasso e descrito como "gênio da cultura popular".