Mulher suspeita de jogar 'ácido' em jovem agiu após ler críticas sobre sua aparência, diz delegado

Por Redação com O Globo 24/05/2024 19h07
Por Redação com O Globo 24/05/2024 19h07
Mulher suspeita de jogar 'ácido' em jovem agiu após ler críticas sobre sua aparência, diz delegado
Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, foi atingida por ácido quando voltava da academia - Foto: Reprodução/Divulgação Polícia Civil

A suspeita de atacar com uma substância corrosiva a jovem Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, foi presa pela Polícia Militar do Paraná na madrugada desta sexta-feira. Segundo a Polícia Civil, a mulher, que não teve a identidade revelada, confessou que cometeu o crime movida por ciúme. Ela relatou ter lido mensagens enviadas pela vítima criticando sua aparência. O crime aconteceu na tarde de quarta-feira, após Isabelly deixar uma academia na cidade de Jacarezinho.

— No depoimento, ela revelou detalhes e contou ter agido por ciúmes. Ela disse que, acidentalmente, teria manipulado o celular do seu convivente, que está na casa da mãe dele, porque ele está preso. Ela identificou algumas mensagens, em tese, enviadas por Isabelly que faziam comentários depreciativos em relação a ela e sua beleza. Isso a teria deixado irritada e surgiu a ideia de cometer o crime. Com isso, foi ao supermercado, comprou soda cáustica e misturou com água. Ela também estudou o itinerário e o roteiro da vítima, então, quando Isabelly voltava da academia, ela arremessou [o líquido] e fugiu — explica o delegado Tristão Antônio.

Ainda segundo as investigações, a suspeita tem um filho com o homem, que já namorou Isabelly e está preso atualmente. A delegada Caroline Fernandes, também responsável pelo caso, informou que o pai e a madrasta da suspeita procuraram a polícia para relatar que ela estava desaparecida.

— Na tarde de quinta-feira, o pai e a madrasta da autora dos fatos compareceram na delegacia relatando que ela tinha desaparecido, não retornava para a casa. Eles relataram que não era comum porque ela é muito zelosa com os filhos. Ainda segundo eles, ela não buscou o menino na escola, que é filho também do ex-namorado da vítima, que está preso — explicou Caroline.

O delegado Tristão explicou que após ser comunicado sobre o desaparecimento da suspeita, foi à casa da mulher.

— Lá fomos recebidos por sua avó e também havia uma criança. Nós tínhamos as imagens da câmera de segurança que contribuíram para identificar as roupas e a pessoa estava usando uma peruca. A avó foi questionada e contou ter duas perucas em casa. Ela ainda notou que uma delas foi levada pela neta, justamente na manhã anterior ao crime. Diante disso, confirmamos a suspeita e concluímos a investigação com a prisão preventiva — disse o delegado.

De acordo com a Polícia Militar do Paraná, a jovem teve queimaduras no rosto, no peito e na boca. Além disso, a polícia também informou que ela ingeriu a substância. Ela está internada no Hospital Universitário de Londrina.

Na quinta, a Polícia Civil divulgou imagens da suspeita disfarçada circulando pelas ruas do município. A delegada Caroline Fernandes explica que as imagens foram compartilhadas para ajudar na identificação. Ainda segundo ela, a polícia já ouviu 15 pessoas e segue nas investigações do caso.

Prisão de suspeita

"Após diligências, a Polícia Civil do Paraná solicitou o mandado de prisão que foi expedido e cumprido na manhã desta sexta-feira (24), no município de Jacarezinho", disse a corporação em nota.

Os agentes da PM-PR foram acionados para atender os pedidos de socorro de uma mulher, que se encontrava no pátio de um hotel do município. Segundo a corporação, a suspeita afirmava estar sendo perseguida por quatro homens. Desde da tarde de quarta-feira, ela estaria escondida em um matagal.

O comportamento da mulher levantou suspeitas dos policiais militares. O relato feito pela suspeita indicava que ela havia se escondido em uma região próxima ao ataque e por volta do mesmo horário no qual o crime ocorreu.

Questionada pelos policiais, a mulher assumiu ser a responsável pelo ataque com a substância, que seria uma mistura de água com soda cáustica, um tipo de base. A motivação seria ciúmes: a vítima supostamente teria tido uma relação com seu marido.

A suspeita disse ter se livrado da peruca usada no momento do crime e largado o adereço no matagal. Ela trazia consigo no momento da prisão, segundo a PM, a calça que vestia no instante do ataque e um aparelho celular. A peruca, um óculos, um boné, uma camiseta vermelha e uma luva, usada para proteger a suspeita ao usar a substância, foram apreendidos.

"Diante dos fatos, a mulher foi detida e encaminhada para a Delegacia de Polícia de Jacarezinho/PR, ficando à disposição da Polícia Judiciária para os eventuais procedimentos", disse a PM, em nota.