Advogada desaparecida teria forjado o próprio sequestro com ajuda do 'amante'
As investigações acerca do desaparecimento da advogada de 55 anos, revelaram que teria participado do plano para forjar o próprio sequestro com ajuda do amante, o sequestrador, que já está preso. As informações são da rádio CBN.
Segundo Polícia Civil do Rio de Janeiro, o suposto sequestro de dela tinha o objetivo de extorquir o marido da vítima.
Ela está desaparecida desde 29 de fevereiro após sair a pé de um shopping em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. A família dela pagou R$ 4,6 milhões, exigidos em dólares, reais e bitcoins, no dia 11 de março de 2024.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que há suspeitas que a vítima tenha sido assassinada e teve seu cadáver ocultado.
Investigações
A polícia descobriu que o celular usado por ela antes de desaparecer tinha um chip com o nome do amante. Ela ainda teria usado este número de celular para falar com ele e encontrá-lo fora do shopping, local onde foi vista pela última vez.
Já o suspeito usava um chip no nome do marido da vítima. O número foi usado como sendo do 'suposto sequestrador' para enviar mensagens ao marido da vítima anunciando o sequestro.
O sequestrador desligou o próprio telefone celular no dia do sequestro, entre 09h19 e 15h36, e usou o chip no nome da vítima. A investigação apontou que o telefone fez o mesmo caminho que o carro do sequestrador até encontrar com a mulher. A hipótese é que a vítima tenha deixado o shopping a bordo do veículo do suspeito.
A polícia também analisou vídeo do estacionamento do shopping e identificou a mulher colocando algo embaixo do banco do carro. O objeto seria o celular da vítima, que posteriormente foi encontrado pelo marido.
Prisões
Quatro pessoas foram detidas, incluindo o homem apontado pela Polícia Civil e pelo MPRJ como o mentor do sequestro. Amigo da família por três anos, ele apresentou-se falsamente como policial federal. Dois filhos dele e uma ex-namorada dele também estão presos por suspeita de envolvimento no crime.
Um comerciante de Foz do Iguaçu, para onde o sequestrador e o marido da vítima viajaram juntos, afirmou que a mulher e o suspeito se apresentavam como namorados e que já os viu se beijando várias vezes. A investigação sugere que ela, devido a esse relacionamento extraconjugal, pode ter inicialmente concordado com o plano criminoso do homem.
Suspeitos de envolvimento
Os filhos do sequestrador, são suspeitos de auxiliar o pai. O homem teria recebido US$ 150 mil após a conversão de um depósito em reais.
A Polícia Civil também aponta que a mulher teria permitido que o pai usasse seu nome para registrar uma picape comprada por R$ 500 mil em dinheiro, no mesmo dia do pagamento do resgate. O suspeito também comprou uma motocicleta por aproximadamente R$ 30 mil.
A mulher teria ainda a responsabilidade de receber 950 celulares comprados com o dinheiro de três depósitos de R$ 325 mil cada, feitos pelo marido em contas de empresas importadoras, conforme as investigações.
A ex-namorada do sequestrador, é suspeita de participar da negociação para a entrega dos celulares adquiridos com parte do dinheiro do resgate.
Pagamento aos suspeitos
A quantia para o resgate da mulher foi colocada em uma mochila, que deveria ser entregue pelos dois homens no dia 11 de março em um shopping na Zona Oeste do Rio. Durante o trajeto, o suspeito alegou ter recebido uma mensagem instruindo-o a deixar o dinheiro em uma lixeira no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, enquanto o marido aguardava no shopping.
A polícia descobriu que o homem não foi a nenhuma comunidade, mas sim a uma concessionária, onde comprou a picape. Os quatro suspeitos estão sendo acusados de extorsão mediante sequestro.