O Corpo de Bombeiros registrou, nos dois primeiros dias de maio, 17 ocorrências de afogamento. Em um deles, um jovem de 20 anos morreu. O número chama a atenção por se aproximar do total de casos em todo o mês de abril, quando em 30 dias, 19 pessoas se afogaram. Os dados foram passados pela corporação a reportagem na tarde desta sexta-feira (03).

Conforme o balanço do Corpo de Bombeiros, a maioria de afogamentos foi de pessoas jovens, entre maiores e menores de idade. Para o sargento Wellington Santos, o número alto reflete a falta de procura de pessoas desta faixa etária por orientações de guarda-vidas ou pelo desconhecimento da área onde elas vão tomar banho de mar.

"São jovens nessa situação [de afogamento], eles saem da escola, ou saem com os colegas, aí vão tomar banho de mar ou de rio, e acabam se afogando", iniciou em entrevista.

"As pessoas que vão tomar banho, que saem para se divertir, para o lazer, não podem, sem conhecer, entrar no mar assim. Se a pessoa não sabe nadar... Porque a gente sempre fala "água no umbigo, sinal de perigo", e principalmente se for num local com mar de tombo, que é quando a onda sobe um pouco mais alto e cai de uma vez, e por isso chamamos assim. Ela bate, a pessoa cai e é puxada pela corrente de retorno. Então é um mar perigoso, já é perigoso para quem sabe nadar", continuou o sargento.

O militar deu dicas para evitar afogamento, principalmente no período de chuvas, quando o mar tende a ficar mais agitado. "Então se chegar num mar que você não conhece, não entra. Em período de chuva, as correntes aumentam e o vento forte agita mais um pouco o mar. Então não é propício para o banho de mar. A orientação é que se observe algum posto do Corpo de Bombeiros por perto, e aí vai lá conversar com os guarda-vidas. Eles vão indicar o melhor local para o banho de mar, vão te orientar melhor", explicou.

Jovem desapareceu ao tomar banho de mar e teve corpo encontrado no dia seguinte - Richard Alves, de 20 anos, era morador do bairro do Benedito Bentes. Na tarde do último dia 2, ele resolveu tomar um banho de mar, na praia de Jacarecica, na companhia de amigos. Ao mergulhar, como não sabia nadar, foi levado pela correnteza e desapareceu.

O corpo dele foi encontrado no dia seguinte, já na faixa de areia, coberto por ondas, depois de horas de buscas. A localização era de cerca de um quilômetro do trecho em que ele havia sumido. Os familiares do jovem estiveram na praia e reconheceram o corpo. Ele foi recolhido e entregue ao IML.

Feriado com 14 afogamentos em Maceió e na região metropolitana - O dia do trabalhador foi marcado pelo grande número de afogamentos na capital e em cidades próximas. O caso mais grave foi de um homem de 25 anos, que teve afogamento de grau 5, quando há parada cardiorrespiratória. O caso aconteceu na praia de de Guaxuma, no Litoral Norte.

Ainda em Guaxuma, outras quatro pessoas se afogaram: uma mulher de 22 anos, uma jovem de 18 anos, além de dois adolescentes, de 13 e 16 anos. Todos foram socorridos e liberados em seguida.

Já na praia de Riacho Doce, duas adolescentes, de 12 e 13 anos, foram resgatadas pelos militares. Outra adolescente de 14 anos também foi salva, na Praia da Sereia. Ambas no Litoral Norte da capital.

Na praia do Francês, em Marechal Deodoro, seis pessoas, sendo quatro homens e duas mulheres, quase se afogaram e precisaram ser resgatadas. Também foram liberadas.