Porteiro que viu agressão a Victor Meyniel é autuado por omissão de socorro

Por g1 04/09/2023 15h03
Por g1 04/09/2023 15h03
Porteiro que viu agressão a Victor Meyniel é autuado por omissão de socorro
Imagens da portaria mostram funcionário sentado enquanto ator era espancado. Agressor está preso - Foto: Reprodução

O porteiro do prédio onde o ator Victor Meyniel foi espancado, em Copacabana, no último sábado (2), foi autuado por omissão de socorro.


Imagens do crime mostram o funcionário sentado e até tomando um copo de café enquanto o agressor de Victor Meyniel lhe dava uma sequência de socos — o autor foi preso em flagrante pouco depois da agressão.


A delegada Débora Rodrigues, titular da 12ª DP (Copacabana), afirmou que o porteiro não a tratou bem.


“Ao chegarmos ao prédio, ele já foi nos atendendo muito mal, falando que não viu nada, que não sabia de nada e que não ia se meter. Ele interfonou para o síndico, dizendo que ‘uma mulher estava lá fora’, mas não era nenhuma mulher, eram duas autoridades devidamente identificadas’, contou a delegada, que estava acompanhada de uma oficial de cartório.


Gilmar, então, foi conduzido para a delegacia. “Sabíamos que tinha alguma coisa. Fomos ver as imagens e ficamos perplexas”, disse Débora.


“Ele viu tudo e não fez nada. Ele não precisava se meter na briga, claro, pela integridade física dele, mas ele tinha o dever de pedir socorro”, destacou.


“Ele disse que depois interfonou para o síndico, como se o síndico fosse alguma autoridade capaz de fazer alguma coisa naquele momento. Ele deveria ter saído, sim, e pedido ajuda para qualquer pessoa — a polícia, um transeunte, ou ligado para o 192. Mas ele não poderia ficar tomando café, assistindo à pessoa apanhar daquele jeito.”


‘Bati mesmo’


A delegada contou ainda que o autor saiu para malhar logo após bater em Meyniel e foi preso em flagrante ao voltar da academia.


Ele já chegou dizendo: ‘Não toca em mim! Eu sou militar, sou médico militar! E bati mesmo. Assumo que bati. Qual é o problema?’”


— Débora Rodrigues, delegada


“Ele não é militar”, acrescentou a delegada. “Ele mentiu. Ele não é médico ainda, é estudante.”


Segundo Débora, o agressor vai responder por lesão corporal, falsidade ideológica e injúria por homofobia.