Cientistas acham mutação genética que pode limitar replicação do HIV

11/08/2023 17h05
11/08/2023 17h05
Cientistas acham mutação genética que pode limitar replicação do HIV
Aids - Foto: Reprodução

Existe uma pequena proporção de pessoas no mundo que parece carregar no DNA uma resistência ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da aids. A ciência busca entender as chaves genéticas que dão imunidade a estes indivíduos, mas as investigações geralmente se concentravam em pessoas brancas (apesar de a maior parte dos infectados no mundo estar na África) e não chegaram a resultados conclusivos.

Um trabalho publicado na revista Nature em 2 de agosto mudou o foco e descobriu que alguns indivíduos com ascendência africana podem ter maior resistência ao HIV a partir de uma variação genética com propriedades que não tinham sido descritas até o momento.

Os pesquisadores que chefiaram o estudo, ligados a universidades de cinco países de língua inglesa, estimam que entre 4% e 13% das pessoas com origem africana carregam a mutação.

A pesquisa foi feita a partir do material genético de 3,9 mil indivíduos que vivem com o tipo mais comum de HIV, o 1. Ela apontou que a variação em um gene chamado CHD1L parece garantir uma maior resistência ao vírus, impedindo sua replicação e mantendo a carga viral em níveis baixos.

O gene CHD1L é conhecido por sua capacidade de reparar células reproduzidas com DNA danificado. Os cientistas não sabem exatamente como o gene atua para controlar a replicação do HIV, mas descobriram que o gene está desligado nos macrófagos, um dos maiores reservatórios do vírus no corpo.