Professor da Ufal campus Arapiraca denuncia deportação arbitrária no México

Por redação com Gazetaweb 30/01/2023 19h07 - Atualizado em 30/01/2023 19h07
Por redação com Gazetaweb 30/01/2023 19h07 Atualizado em 30/01/2023 19h07
Professor da Ufal campus Arapiraca denuncia deportação arbitrária no México
Professor da Ufal Arapiraca, Diego Oliveira - Foto: Reprodução

Sob a acusação de uso de visto falso, o professor Diego de Oliveira Souza, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), foi deportado do México no último sábado (28). Ele estava acompanhado da esposa e de dois filhos pequenos, além de uma colega pesquisadora. Souza nega as acusações e explicou que tirou o visto no consulado do México, no Rio de Janeiro, junto da colega, que, por sua vez, entrou sem dificuldades no país.

O professor contou que, ao chegar ao aeroporto Benito Juarez, da Cidade do México, foi abordado por policiais que disseram que o visto que ele usava era falso. Souza ainda tentou explicar que o documento era verdadeiro e que havia sido emitido junto com a colega, que acabara de ter a entrada no país liberada, mas os policiais não acreditaram. De acordo com ele, os agentes de segurança rasgaram o passaporte.

Segundo o relato do professor aos familiares, Souza foi levado para um sala, por volta das 21h, no horário do México, onde ficou por 12 horas junto a outros suspeitas de crimes, como tráfico de drogas e tentativa de imigração ilegal. Diego Souza também disse aos familiares que teve o celular tomado e foi impedido de fazer, sequer, uma ligação.

Paralelo a esta situação, a esposa dele, os filhos - de 3 e 1 ano e meio - e a sogra foram levados para outra sala. Lá, a família do professor passou pelas mesmas violações. A esposa contou que até a bolsa com remédio das crianças foi tomada. Ela disse que foram levados para esta sala sob o pretexto de só ter mulheres lá, o que não era verdade.

Após 12 horas de detenção no México, Souza e a família foram deportados para Bogotá, capital da Colômbia. Isso porque eles partiram do Rio de Janeiro para Bogotá e de lá para a Cidade do México. Eles foram acompanhados por policiais e sob a anotação de serem falsificadores. Em Bogotá, eles passaram mais 12 horas acompanhados por policiais, inclusive, para ir ao banheiro e se alimentar. Por fim, chegaram ao Rio de Janeiro nesse domingo (29).

QUEM É DIEGO E O QUE ELE FOI FAZER NO MÉXICO?


Diego de Oliveira Souza é professor pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na área da Enfermagem. Ele é bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq) e teve a viagem custeada pelo órgão federal de fomento. Ele ia ao México concluir o pós-doutorado.

Souza coordena pesquisa sobre a atuação da enfermagem no enfrentamento da pandemia de Covid-19 em Alagoas. A Universidad Autónoma de la Ciudad de México (UACM), onde Souza iria ministrar palestra, emitiu uma carta de apoio ao professor. “Parece-nos incompreensível o que aconteceu porque seu visto foi emitido segunda-feira, 23 de janeiro de 2023, pelo Consulado Geral do México localizado na cidade de Rio de Janeiro, Brasil”, informou a universidade mexicana.

Além disso, o professor teria apresentado cartas e convites oficiais assinados pelas autoridades da UACM. “No entanto, foi ignorado pelas autoridades de imigração, que o trataram com violência e violaram seus direitos humanos, mantendo-o isolado, preso, sem contato com sua família e nem no exterior”, diz trecho da carta.

Na carta pública, os colegas mexicanos de Diego Souza pedem um pedido de desculpas público das autoridades de imigração e o esclarecimento dos fatos.

O QUE DIZ A UFAL


A Universidade Federal de Alagoas (UFAL) comunicou que o reitor Josealdo Tonholo já foi informado do caso, mas que, por ora, a instituição não vai se manifestar.