Justiça mantém presas acusadas de matar professor no Rio de Janeiro
A Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão das duas mulheres acusadas de matar a facadas, na semana passada, na região central da capital, o guia de turismo e professor Daniel Mascarenhas Xavier da Silva, 31 anos, quando retornava do bairro boêmio da Lapa, onde tinha deixado um grupo de turistas. Ana Claudia Pires Mazeto foi submetida hoje (9) à audiência de custódia e vai permanecer presa à disposição da Justiça. Já Marcelly Andressa Damasceno de Albuquerque não foi levada à presença do juízo por estar hospitalizada, mas vai permanecer presa até que se restabeleça das lesões e seja apresentada à audiência de custódia.
Crime
Daniel voltava a pé e iria para o terminal da Central do Brasil pegar uma condução para casa, quando foi abordado por duas mulheres de moto, que anunciaram um assalto. A mulher que vinha na garupa mostrou uma arma e pediu a bolsa da vítima. Em seguida, pediu também o celular. Ele então reagiu e se agarrou com a mulher que estava na garupa. A mulher que pilotava a moto desceu e com uma faca atingiu cinco golpes em Daniel.
Mesmo sendo forte, a vítima não conseguiu se desvencilhar das facadas e acabou atingida no tórax, pulmão e no pescoço. Ele ainda pediu ajuda mas todos que apareceram negaram o pedido. As duas mulheres alegaram que o homem é que queria roubá-las.
Ao caminhar para o hospital Municipal Souza Aguiar, acabou morrendo a menos de 300 metros de chegar a unidade de saúde.
As duas mulheres foram presas no dia seguinte, por policiais da Delegacia de Homicídios da Capital, após análise das câmeras de segurança da região. Elas foram presas em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Ana Cláudia e Marcelly eram namoradas e moravam no Morro da Providência, no centro da cidade. Ao chegarem na comunidade, foram espancadas por traficantes de drogas e expulsas de lá, para não chamar a atenção da polícia. Marcelly teve o braço fraturado da surra que levou dos traficantes. Ela apanhou mais por ter desferido os golpes de faca no guia de turismo e professor, que o levaram à morte. A faca usada no crime e um simulacro de pistola, usados pela dupla, foram apreendidos pela polícia.
Daniel Mascarenhas, além de guia de turismo, dava aulas de inglês e francês para brasileiros e de português para estrangeiros. Ele era morador da Ilha do Governador, na zona norte da capital fluminense, e o crime chocou os moradores do bairro e colegas de exercícios físicos diários na areia da praia.