Filhas de ex-jogador Vampeta pedem à Justiça a prisão do pai por falta de pagamento de pensão

Por redação com G1 08/09/2022 21h09
Por redação com G1 08/09/2022 21h09
Filhas de ex-jogador Vampeta pedem à Justiça a prisão do pai por falta de pagamento de pensão
O ex-jogador Vampeta - Foto: Divulgação/São Caetano Futebol

As duas filhas de Vampeta pediram à Justiça a prisão do ex-jogador por falta de pagamento de pensão alimentícia por dois meses.

A Justiça não se manifestou sobre o pedido até última atualização desta reportagem. Segundo o que foi apurado pelo g1, os valores das parcelas iam de R$ 8.463 a R$ 12.092,67 e ficaram em atraso desde 8 de setembro de 2018, no caso que corre por Barueri.

Uma outra ação, de dezembro de 2018 e que corre pela 5ª Vara Cível de Barueri, na Grande São Paulo, cobra R$ 495 mil em dívidas alimentícias. Atualmente, as jovens têm 19 e 21 anos.

Na época, deveriam ser pagos R$ 61.893,37. Procurada, a defesa de Vampeta encaminhou uma nota em que afirma que o ex-jogador "nunca deixou de arcar com sua responsabilidade afetiva ou financeira perante seus filhos".

"Cumpre a presente defesa informar que, o ex-atleta sempre cumpriu com o pagamento mensal de pensão alimentícia, Vampeta nunca deixou de arcar com sua responsabilidade afetiva e financeira perante seus filhos. Por fim, a defesa técnica esclarece, as providências legais estão sendo adotadas, com o fito de comprovar em juízo que o ex-atleta não obtém qualquer responsabilidade sobre supostos débitos", diz o comunicado.

O desdobramento da primeira ação, de quase R$ 500 mil em dívidas, ocorreu durante a pandemia, período em que prisões para devedores de pensões alimentícias foram suspensas pela Justiça. Como "conversão" da eventual prisão, a defesa das filhas pediu a penhora de um imóvel.

Em julho de 2022, o ex-atleta ofereceu para pagamento da dívida um apartamento com valor de cerca de R$ 650 mil. Contudo, nele estaria morando outra ex-mulher de Vampeta e, por isso, a proposta não foi aceita.

A defesa das jovens pediu, então, à Justiça que fosse encaminhado um ofício a uma rádio em São Paulo, para a qual o ex-atleta presta serviço, para que seja determinado o depósito do salário de Vampeta até o limite de R$ 495.646,99.

Conforme apurado, a “teimosinha”, ferramenta de bloqueio de dinheiro em conta bancária que foi liberada em abril de 2021 e permite a busca automática de valores nas contas do devedor, deverá ser usada.

Escola cobra mensalidades de 2013

Em um terceiro processo envolvendo o ex-atleta, a “teimosinha” foi autorizada: a escola que as filhas frequentaram quando crianças cobra R$ 294.781,28 em mensalidades, custas processuais, correção monetária e juros.

O caso está na fase de cumprimento de sentença. Anteriormente, a ex-mulher e Vampeta foram condenados ao pagamento das mensalidades em aberto referentes ao ano letivo de 2013. Os dois podem apenas questionar os valores de custas processuais, mas não cabe mais recurso.

Intimado, ele chegou a alegar à Justiça que não assinou o contrato. Em 3 de agosto, a juíza deferiu o bloqueio dos valores que forem identificados em contas dos dois. A mãe das jovens também é cobrada na ação da instituição de ensino.

'Paga quando quer'


Roberta Soares, ex-esposa, conversou com o g1. Atualmente morando fora do Brasil, ela afirma que a dívida da escola não foi quitada por conta de atrasos no pagamento das pensões.

"Sempre foi ausente, nunca participou da vida das filhas. Sempre atrasa as pensões, paga quando quer, da forma que quer. A dívida da escola só existe por culpa dos atrasos das pensões. Os atrasos fizeram essa dívida se tornar uma bola de neve. Essa dívida é, sim, minha e dele. Ele me ameaça pagar as pensões a partir de agora na minha conta bloqueada pela Justiça, para que as meninas paguem a dívida não ele", explicou.

A defesa da mãe, a advogada Eva Petrella, também comentou sobre a situação envolvendo a escola.

“A ação foi interposta contra a mãe, por ser ela a responsável pelas filhas, e contra o pai, por ser ele o responsável financeiro. Ainda que assim não fosse, como bem asseverou a juíza, a responsabilidade é de ambos os genitores”, disse.