Há 20 anos, ASA eliminava Palmeiras da Copa do Brasil mesmo com derrota
Há 20 anos, o ASA ultrapassou fronteiras para tirar o Palmeiras da Copa do Brasil, em 2002. Após vitória simples em Arapiraca, o Alvinegro perdeu por 2 a 1 no antigo Parque Antártica e, em virtude do gol marcado fora de casa, avançou na competição. Na ocasião, o clube tinha três troféus do Campeonato Alagoano na galeria, e a vitória histórica incrementou o currículo do Fantasma, tornando-o conhecido em território nacional.
No primeiro jogo, uma semana antes, em Arapiraca, o ASA fez valer o fator casa e venceu pelo placar de 1 a 0. O resultado lhe deu a vantagem de jogar em São Paulo por um empate ou perder por um gol de diferença marcando. E foi o que aconteceu!
Ao contrário do que se esperava, o Palmeiras, dirigido por Vanderlei Luxembugro, mesmo precisando vencer por dois gols naquele 20 de fevereiro de 2002, não partiu para cima do adversário. Acreditou que faria o gol de maneira natural e, de certa forma, foi isso que aconteceu. Aos 10', em um levantamento de Arce, Galeano, sem tirar os pés do chão, desviou de cabeça e abriu o placar. Nada mais natural que fazer um gol após jogada do lateral paraguaio.
Em vez de partir para o ataque e definir a partida, o Verdão foi muito discreto. Preferiu trocar passes lentos no meio-campo e, não fosse Arce, sequer teria criado mais algum lance de perigo. Foram os cruzamentos do lateral que garantiram um pouco mais de emoção à partida e também trabalho ao atabalhoado goleiro Márcio.
A partida virou um festival de faltas desnecessárias, tanto que o juiz mostrou cinco cartões amarelos na etapa inicial e ainda fez vista grossa em pelo menos dois outros lances que mereciam advertência. Quando o primeiro tempo se encaminhava para o final, Fuscão arrancou num contra-ataque e chutou em cima de Marcos. O rebote sobrou para Sandro Goiano, aos 43', tocar e empatar. Incrédula, a torcida do Palmeiras não teve forças nem mesmo para protestar
O Palmeiras voltou para o segundo tempo com duas substituições (Fernandes e Juliano), mas por muito pouco o ASA não vira o jogo, novamente com Sandro Goiano, logo no primeiro minuto. O time paulista foi salvo por Marcos, que defendeu em cima da linha.
Luxemburgo foi obrigado a fazer outra substituição já que Magrão, contundido, teve de dar lugar a Muñoz. Mas pouca coisa mudou no Palmeiras. A expulsão de Jânio, aos 13min, abriu espaços para a equipe paulista, que só utilizou o lado direito do campo, coincidentemente, o setor de Arce.
E foi num cruzamento do paraguaio que saiu o segundo gol. Todo mundo observou a bola passar pela grande área, menos o zagueiro César, que conferiu e deu esperanças à torcida. Mas, sem criatividade, o Palmeiras sucumbiu diante de um adversário determinado, mesmo com um jogador a menos, e que não teve vergonha de despachar a bola com bicões e chutes sem qualquer orientação técnica ou tática. No apito final, o 2 a 1 para o Palmeiras dava a classificação ao ASA, que comemorou a classificação.
A eliminação foi um prenúncio do que seria o 2002 do Palmeiras. Apesar de semifinalista do Rio-São Paulo, perdendo a vaga na final para o São Paulo no número de cartões, em uma patacoada do regulamento na época, o Verdão sofreu no segundo semestre e foi rebaixado pela primeira vez no Brasileirão.
Já o ASA, depois do jogo contra o Palmeiras, mudou de patamar. Vieram mais quatro títulos estaduais, uma Alagipe, vice-campeonatos do Nordestão e Série C, além de passagem pela Série B nacional. Porém, depois entrou em decadência e atualmente sofre para estar em uma competição nacional, fora que passou a perder títulos para a dupla CSA e CRB.