Paciente que ficou 63 dias internado com Covid-19 no HEA, retorna e agradece equipe médica
“Eu tinha um débito de agradecimento e queria vir aqui, pessoalmente, para dizer que o milagre da vida aconteceu pelas mãos de todos vocês”. Essas foram as palavras do vendedor Klaus Alves dos Santos, de 55 anos,
que entrou para a história do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, por ser protagonista de um dos casos mais graves de Covid-19, atendidos na unidade hospitalar, desde o início da pandemia. Ele ficou internado por 63 dias, sendo a maior parte do tempo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), intubado e sedado. Apresentou problemas renais, neurológicos e, para alguns amigos, não teria chance contra o novo coronavírus.
“Ouvi muitos amigos dizendo que já estavam conformados com a minha morte. Minha família e os profissionais do Hospital de Emergência [do Agreste] nunca deixaram de acreditar que eu sairia vivo”, afirmou Klaus, visivelmente emocionado ao reencontrar a equipe médica que o assistiu por mais de dois meses.
O vendedor, morador de Arapiraca, com lágrimas escorrendo no rosto, elogiou, parabenizou e abraçou a equipe de saúde da Ala Covid-19 do HE do Agreste. “Domingo fez um ano que recebi alta. E, graças a Deus e a todos daqui do hospital, poderei comemorar um ano de vida, um novo dia de aniversário”, disse Klaus.
Ele estava acompanhado pela filha, Iris Santos, de 29 anos, que acompanhou todo o processo, desde a internação. “Foi muita fé nas mãos e capacidade destes profissionais, de todos os setores, para que meu pai pudesse se recuperar. Quando ele recebeu alta eu fiquei preocupada porque aqui ele estava bem assistido e eu temia que em casa tivesse uma piora. Mas, graças a Deus, ele está bem e, aos poucos, retomando a rotina. Ele disse que viria pessoalmente agradecer, mostrar como está a recuperação. E aqui está ele”, revelou Iris.
Klaus e Iris visitaram o leito onde ele permaneceu parte do período em que ficou internado. A sensação de vitória ficou em alta nos corredores do HE do Agreste. Além disso, no meio de tanta emoção pelo reencontro, Klaus revelou um apelido que recebeu de amigos, após os 63 dias internado. “As pessoas estão me chamando de Klaus da Unidade de Emergência, por causa dos dias que fiquei internado”, comentou entre risos.
As lágrimas encheram a fonte da felicidade dos profissionais de saúde do Hospital de Emergência do Agreste.
Para a gerente do HE do Agreste, Bárbara Albuquerque, a visita de Klaus serviu como incentivo para todos os profissionais do hospital, que dedicam a vida a salvar outras vidas. “Cada pessoa que desce aquela rampa para os braços dos familiares, nos traz uma alegria incrível. A gente sabe que é uma batalha muito difícil e que a missão é devolver o paciente para o convívio familiar. Vendo o Klaus desta forma, recuperado, é de uma felicidade sem tamanho”, afirmou, emocionada, Bárbara.
Gravidade do caso – O médico Marcelo Nascimento explicou que o paciente Klaus foi atingido severamente pela Covid-19. “A situação dele foi marcante pela gravidade do caso e pela recuperação. A visita dele mostra que nosso esforço não é em vão. É nossa recompensa”, disse o médico.
A coordenadora de Serviço Social, Thaysa Mariá, também ficou emocionada com a visita. “Foi nosso presente de Natal antecipado. Fico extremamente emocionada com a visita. A equipe, em nenhum momento desistiu dele. Lutou junto com ele, com a família, e aí está o Klaus, nos contando histórias”, comemorou Thaysa.
“A Covid-19 teve a chance dela e não conseguiu me levar. Agora quero ser uma pessoa ainda melhor, continuar tratando as pessoas bem, com bons pensamentos e boas ações. Nunca fiz nada para machucar ninguém, e entendi porque isso começou a fazer sentido pra mim. A vida tem sido uma rotina de academia para melhorar minha mobilidade, e também de muito amor ao próximo”, salientou Klaus Santos, aliás, o Klaus da Unidade de
Emergência, como carinhosamente passou a ser chamado.