HGE reconhece que errou ao liberar corpo de motorista da prefeitura sem passar pelo IML
O Hospital Geral do Estado (HGE) reconheceu que errou ao liberar o corpo de Fábio Jhonata da Silva, vítima de disparos de arma de fogo no Centro de Maceió, diretamente para a família da vítima e não para o Instituto Médico Legal (IML). Devido ao erro, o velório do jovem de 26 anos teve que ser interrompido pela polícia e o corpo levado ao IML.
O reconhecimento da unidade hospitalar está em documento enviado nesta segunda-feira (8) à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que questionou o erro. “Em diálogo com a profissional médica foi identificado equívoco pontual na entrega do referido documento. No entanto, observa-se também, que na declaração de óbito preenchida há na alínea III a indicação do ferimento por arma de fogo”, diz a resposta do HGE para a DHPP.
No documento, os servidores da unidade hospitalar afirmam que “ao ser detectado o equívoco, foi realizado contato com as instituições envolvidas para resolução da situação, com o objetivo de evitar exumação do corpo” e que “por fim, esclarece que foram reforçadas as orientações aos médicos assistentes e todos os profissionais que fazem parte do fluxo a fim de que situações similares não ocorram novamente”.
O CASO
Fábio Jhonata da Silva, de 26 anos, era motorista da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió e foi baleado no Centro durante uma discussão de trânsito no dia 14 de outubro. Ele morreu no HGE no dia 22 de outubro.
A briga ocorreu na Rua Fernandes de Barros. Vídeo gravado por uma testemunha mostra a vítima ferida, sentada na calçada, pedindo socorro.O homem que disparou os tiros é policial militar reformado e foi preso.
O motorista chegou a passar por um procedimento cirúrgico no tórax, mas o quadro de saúde se agravou e ele teve que fazer cirurgia também no abdômen. Depois da segunda cirurgia, Fábio Jonathan foi internado na UTI, mas não resistiu.
O corpo da vítima chegou a ser liberado para sepultamento e já estava sendo velado quando a Polícia Civil solicitou ao Instituto Médico Legal (IML) que o recolhesse para exame de necropsia. Segundo a Polícia Civil, a liberação não poderia ter sido feita sem a perícia necessária à investigação.