Militante do PT é detido ao tentar impedir passagem de tanques em desfile
Um homem de 42 anos foi detido na manhã de hoje por invadir a área restrita do desfile de veículos militares que ocorreu em Brasília e se colocar na frente de um deles para impedir a passagem, segundo a PC-DF (Polícia Civil do Distrito Federal).
Embora o órgão, assim como a Polícia Militar, não tenha divulgado a identidade do homem, o PT, nas redes sociais, disse que o detido é um militante do partido, conhecido pela alcunha de "TromPetista".
"Em defesa da democracia, sempre! Nossa solidariedade ao 'TromPetista', preso por se manifestar contra um governo fascista", tuitou o PT.
Também nas redes sociais, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), criticou a detenção do militante. Para a também deputada federal, o "TromPetista" foi vítima de uma "prisão arbitrária", motivada "por protestar contra a intimidação de Bolsonaro com seu desfile militar".
Segundo o comunicado das autoridades, o homem resistiu à contenção, foi retirado do local e conduzido ao 5º DP (Departamento de Polícia).
Na delegacia, o detido assinou um termo circunstanciado por desobediência e comprometeu-se a comparecer ao Jecrin (Juizado Especial Criminal) quando for intimado, ainda de acordo com a PC-DF.
O desfile foi acompanhado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e chefes militares. Ontem, Bolsonaro usou as redes sociais para convidar autoridades para o ato, mas nenhuma compareceu.
Inédito, o desfile militar em pleno dia útil gerou repúdio por parte da oposição, já que ocorreu no mesmo dia em que a Câmara pautou a votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Voto Impresso.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, lamentou ontem, em entrevista ao site O Antagonista, o que chamou de "trágica coincidência".
No trajeto, o comboio passou em frente ao Palácio do Planalto, que fica na Praça dos Três Poderes, junto com o Congresso Nacional e o prédio do STF (Supremo Tribunal Federal).