Projeto de jovem arapiraquense visa arrecadar doações de absorventes para moradoras de rua da cidade
Através da doação de absorventes e outros itens do gênero para mulheres que vivem nas ruas da cidade, ela quer oferecer o produto para quem não tem condições de adquiri-lo.
A jovem Shirlyane Paloma Bezerra da Silva, de 17 anos, deu início a um projeto que tem como objetivo reduzir o problema da pobreza menstrual em Arapiraca, Agreste de Alagoas. Através da doação de absorventes e outros itens do gênero para mulheres que vivem nas ruas da cidade, ela quer oferecer o produto para quem não tem condições de adquiri-lo.
Nos últimos dias, após falar sobre a inciativa com algumas pessoas, os passos rumo ao sonhado objetivo de Shirlyane começaram a ser dados, pois ela recebeu as primeiras doações.
No entanto, o projeto ainda não entregou os itens para as moradoras de rua. A quantidade ainda é modesta e com a divulgação ela espera a contribuição de mais pessoas dispostas a ajudar.
"Sempre foi um sonho meu montar alguma campanha solidária e agora consegui colocar em prática. É um projeto muito novo, eu só meti a cara e resolvi mergulhar de cabeça," afirma.
Ela comenta que já possui um planejamento em relação aos locais onde pretende fazer as entregas. "Sobre as doações, não quero algo passageiro, quero sempre ajudar. Nem que seja só com uma doação ao mês, para todas as mulheres de rua. Junto com algumas amigas pretendo sair entregando pelo Centro, principalmente em frente ao Albergue Monsenhor José Neto e na Praça Marques."
A jovem, que trabalha com tranças, também está realizando promoções para quem contratar seus serviços e puder doar materiais.
O número de contato de Shirlyane é o (82) 98630 9610.
Entenda o problema
O problema tem origem na falta de políticas públicas relacionadas à disponibilização de itens de cuidado menstrual para mulheres com poucos recursos financeiros. A falta de estrutura sanitária também tem papel relevante na construção da questão.
Uma pesquisa encomendada por uma marca de absorventes em 2020, revelou que 29% das mulheres entrevistadas não tiveram dinheiro para comprar produtos voltados ao período menstrual em algum momento da vida. Ao menos metade das entrevistadas revelou que já trocou absorvente por uma outra solução, em especial o papel higiênico.
De acordo com o relatório "Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos", realizado pelo UNICEF, mais de 4 milhões de meninas não têm acesso a itens de cuidado menstrual nas escolas. Meninas negras têm quase 4 vezes mais condições de viver nessas condições que meninas brancas.
Ainda de acordo com o relatório, 713 mil meninas não têm chuveiro ou banheiro em casa.