Influencer Gui Pagnoncelli é réu por crime de estelionato, em Alagoas

Por Redação 02/07/2021 13h01 - Atualizado em 03/07/2021 07h07
Por Redação 02/07/2021 13h01 Atualizado em 03/07/2021 07h07
Influencer Gui Pagnoncelli é réu por crime de estelionato, em Alagoas
Foto: Reprodução/Istagram @guipagnoncelli_

O influencer Digital Gui Pagnoncelli, 30 anos, é alvo de um inquérito por crime de estelionato, movido pelo Ministério Publico de Alagoas e aceito pela Justiça Alagoana. O caso está sob a responsabilidade da 3º Vara Criminal da Capital, em Maceió, desde o mês passado.

Além do crime de estelionato, o influenciador digital está sendo investigado pelo crime de falsificação de laudos médicos.

Gui Pagnoncelli é o nome de Gilson Wagner da Silva natural de Diadema (SP) que atualmente mora em Maceió, capital de Alagoas. Gui foi diagnosticado, em 2012, com um tipo de câncer agressivo, conhecido como adenocarcinoma, período em que ele teria feito um procedimento cirúrgico de grande complexidade, para retirar seu estômago, duodeno e parte do intestino.

Na época diversas celebridades como Ivete Sangalo, Celso Portiolli, Pablo Vittar entre outros abraçaram a causa do Gui, o levando a se tornar destaque nacional, por sua luta contra o câncer. 

Porém a bonita história de Gui se tornou alvo de várias denúncias, de que ele já estaria curado e ganhando fama e dinheiro devido a doença. Nas redes sociais, Gui postava constantemente que estava em hospitais, fazendo tratamento contra o câncer. Uma de suas idas ao hospital, em 2020, se tornou alvo de investigação, por parte da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) da Polícia Civil de Alagoas, após denúncia de fraude.

Gui ainda chegou a afirmar que estava sendo vítima de calúnia e difamação e apresentou documentos médicos para a DEIC e para a justiça. Porém há suspeita que os documentos sejam falsos.

O médico Glauco Moreira Leitão alegou em declaração “que não omitiu ou subscreveu relatório médico apresentado pelo agravado no processo de origem". Além dele, a médica Patrícia Cerqueira Wanderley também alegou que prescreveu a Gui uma “dieta aberta”, mas que foi surpreendida com um documento que ela não havia entregue ao paciente após questionamentos do plano de saúde do influenciador.

A investigação culminou no processo que está nas mãos do juiz Carlos Henrique Pita Duarte desde o dia 03 de maio. Esta semana, as redes sociais do influencer foram desativadas.

Em contato com o Tribunal de Justiça e com o Ministério Público de Alagoas, o Portal Já É Notícia foi informado que o processo contra o influencer corre em segredo de justiça.

A farsa para conseguir dinheiro

Em 2017, o influencer afirmou que teria no máximo 8 meses de vida. e que sua chance de viver seria através de um transplante a ser feito nos Estados Unidos. Ele inicialmente pediu doação de R$ 50 mil. O valor foi arrecadada em menos de 24h, através de uma vaquinha online criada por ele. Em seguida ele alterou o valor da meta para R$ 100 mil. Posteriormente, o valor subiu para R$ 350 mil e em uma quarta vez, o valor da meta subiu para R$ 3 milhões, que seria o valor do suposto transplante.

Em 2018, já após ter ultrapassado "seu tempo de vida", Gui arrecadou R$ 380 mil e informou que não havia viajado pois estava com a imunidade baixa. Apesar de não ter viajado, ele continuou pedindo dinheiro para fazer o suposto transplante.

No fim de 2018 ele postou uma nota fiscal de compra no valor de R$ 41 mil, para um tratamento de imunoterapia e que já teria gasto todo dinheiro arrecadado no tratamento. Segundo ele, ainda precisava de R$ 250 mil para continuar seu tratamento.

O caso começou a ser questionado em 2019, quando ele criou outra vaquinha online com meta de R$ 50 mil. Na época, ele disse estar perdendo a luta contra o câncer e chegou a reutilizar fotos antigas de procedimentos e internações.

Em julho de 2020 ele criou outra vaquinha online, mas foi fechada em seguida, sem conseguir doações. Na mesma época, ele fez postagens afirmando que estava entre a vida e a morte, e solicitando ajuda financeira.