Ministério da Saúde detectou doença falciforme em cerca de 600 alagoanos

Por Assessoria CRF AL 21/06/2021 08h08
Por Assessoria CRF AL 21/06/2021 08h08
Ministério da Saúde detectou doença falciforme em cerca de 600 alagoanos
Doença Falciforme - Foto: Divulgação

Em Alagoas, o sistema Hemovida Web Hemoglobinopatias do Ministério da Saúde (MS), vinculado à Secretaria Estadual de Saúde já catalogou aproximadamente 600 pessoas portadoras da doença falciforme, que é a alteração dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias) que assumem um formato de foice ou meia lua, o que dificulta a circulação e a chegada do oxigênio aos tecidos, desencadeando uma série de sinais e sintomas como dor crônica, infecções e icterícia.

Dia 19 de junho foi o dia mundial de conscientização sobre a doença falciforme que, segundo o farmacêutico, Fábio Pacheco, membro do grupo de Trabalho de Saúde Pública do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas, é umas das doenças hereditárias mais comum no mundo.

“A predominância é maior na população negra porque foi no continente africano que a doença se originou, mas como no nosso país temos uma miscigenação ela também tem acontecido em pessoas de raça branca ou parda”, pontuou.

Ele reforça que é importante fazer o teste do pezinho quando a criança nasce porque é por meio dele que a doença pode ser identificada. “Essa é uma doença genética, a criança já nasce portadora e, se no teste do pezinho não for identificado, no primeiro ano de vida a mãe já começa a observar os primeiros sintomas clínicos da doença”, alertou.

De acordo com Fábio, o farmacêutico pode identificar por meio do hemograma essa alteração e levar para discussão com o profissional médico que pode prescrever o teste de falcização (que é de triagem) e a eletroforese de hemoglobina que é um teste confirmatório.

Sintomas

Os portadores da doença falciforme irão apresentar nos primeiros anos de vida dores articulares e infecções frequentes. Já na fase adulta, baixo nível de oxigênio no corpo, desidratação, fadiga, febre, mal-estar ou tontura, dedos das mãos ou dos pés inflamados, disfunção orgânica, distúrbio de visão, falta de ar, inchaço, infecção, palidez, pele e olhos amarelados ou quebra anormal de glóbulos vermelhos.

“A doença não tem cura. Atualmente, a hidroxiueria é o medicamento usado no tratamento porque ela consegue reduzir a mortalidade e trazer para o paciente uma qualidade de vida porque ela consegue reduzir as crises nestes pacientes”, falou.

O farmacêutico é que será responsável pela dispensação deste medicamento que é ofertado pela CEAF. “Ele é o profissional responsável pelo ciclo de assistência farmacêutica, que vai desde a solicitação de aquisição do medicamento, passando pela logística e terminando na dispensação que é a entrega do paciente”, disse.

Fábio lembra que a educação em saúde também faz parte da profissão farmacêutico, por isso, no momento da dispensação é fundamental conversar com o paciente para saber se ele tem apresentado melhoras ou reações ao medicamento.