Justiça concede regime semiaberto a Lindemberg Alves, condenado pela morte de Eloá

Por da redação com G1 09/06/2021 18h06
Por da redação com G1 09/06/2021 18h06
Justiça concede regime semiaberto a Lindemberg Alves, condenado pela morte de Eloá
O detento cumpre a pena de 39 anos de prisão desde 2008 em Tremembé - Foto: Diogo Moreira/ Futura Press/ AE

A Justiça concedeu o regime semiaberto a Lindemberg Alves, condenado a 39 anos de prisão pela morte da ex-namorada Eloá Cristina. Ele cumpre pena na Penitenciária Doutor José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé (SP), desde 2008.

A decisão é da juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da 1ª Vara das Execuções Criminais (VEC) de Taubaté. A defesa de Lindemberg fez o pedido em setembro de 2020, levando em consideração o tempo de pena cumprido e a remição. Por trabalhar na unidade, ele teve 313 dias da pena perdoados. No semiaberto os detentos têm direito a cinco saídas temporárias no ano, entre elas Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal.

No texto, a magistrada ressaltou que o preso "obteve resultado positivo no exame criminológico realizado, pela unanimidade dos avaliadores participantes, que o consideraram apto à usufruir do regime intermediário". A decisão é do dia 11 de maio e o comunicado de transferência de regime foi enviado à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nesta terça-feira (8).

O relatório de avaliação psicológica considerou que Lindemberg tem "agressividade e impulsividade dentro dos padrões normais" e que "arrepende-se profundamente, lamenta perda irreversível à família da vítima". A jovem Eloá foi feita refém por ele antes de ser morta com dois tiros por ele (leia mais abaixo).

Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais, e Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da enteada Isabela, também foram submetidas ao exame antes da concessão do benefício.

Relembre o caso

O caso teve início no dia 13 de outubro de 2008, quando Lindemberg invadiu o apartamento em que Eloá morava com os pais em Santo André. O entregador de pizzas estava armado e queria reatar o romance com Eloá.

Lá, Lindemberg manteve Eloá e outros três colegas de escola dela como reféns - Nayara, Iago e Victor Campos. Depois, os dois meninos foram libertados.

Nayara chegou a ser solta por Lindemberg em 14 de outubro de 2008, mas dois dias depois voltou ao cativeiro por orientação da Polícia Militar (PM) para tentar resgatar Eloá. Não deu certo e ela acabou sendo feita novamente refém junto com a amiga.

O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) explodiu uma bomba e invadiu o local no dia 17 de outubro de 2008, após escutar o que seria um tiro. Na verdade, era o barulho de uma mesa. Antes da entrada da PM, o sequestrador ainda conseguiu balear Nayara, que sobreviveu, e deu dois tiros em Eloá, que morreu.

Lindemberg foi condenado a mais de 90 anos de prisão pelo assassinato da ex-namorada, e por mais 11 crimes cometidos durante o sequestro. Ele confessou ter atirado nas reféns, mas alegou que disparou após se assustar com a explosão da bomba pelo Gate. Posteriormente, a Justiça reduziu sua pena para 39 anos.