Ação no Jacarezinho: policial civil foi morto enquanto retirava barricada
Durante a operação da Polícia Civi na Favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio, que deixou 25 pessoas mortas, os investigadores relataram que tiveram problemas para acessar a comunidade com o veículo blindado. Segundo policiais, várias barricadas — feitas com pedaços de trilhos em latões de concreto — foram instaladas em vias da favela. Por conta disso, os policiais tiveram que descer várias vezes do veículo para retirarem os obstáculos. Foi em um desses momentos que o inspetor de polícia André Leonardo de Mello Frias, de 45 anos, foi baleado.
André era da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod). De acordo com o delegado Rodrigo Oliveira, o ataque contra André se deu no começo da operação. Após ser ferido na cabeça, foi levado para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte. Segundo a Polícia Civil, a família do policial está sendo assistida no momento.
"A Sepol se solidariza com amigos e familiares, e sente muito a dor pela morte do inspetor que teve uma trajetória ilibada na instituição, sendo admirado e respeitado por todos. Ele honrou a profissão que amava e deixará saudade. Mas também deixa o sentimento de que o trabalho não pode parar", disse um trecho da nota da Polícia Civil.
Ao lado do agente, estava o delegado de policia Marcus Amin, que por pouco também não foi atingido. Segundo os investigadores, o tiro que atingiu o policial teria partido de uma laje.
André participou da investigação policial no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, que resultou na apreensão de 60 fuzis, provenientes de Miami, nos Estados Unidos, em 1º de junho de 2017. As armas de guerra dos modelos AK-47, G3 e AR-10 estavam escondidas em um carregamento de aquecedores de piscina no terminal de cargas da Receita Federal. Pela atuação, em 2018, foi indicado pelo então deputado Flávio Bolsonaro para receber, da Alerj, uma moção de louvor e congratulações.
Além das barricadas, os policiais encontraram várias seteira — buracos em muros onde os criminosos apoiam seus fuzis para atirarem contra os agentes. Outros dois policiais foram atingidos durante o confronto.
Antes que a operação policial — chamada de Exceptis e coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) — chegasse ao fim nesta quinta-feira já somava 25 mortes e ao menos cinco feridos: dois agentes, uma pessoa baleada no pé, quando estava dentro de casa, e dois passageiros por estilhaços no metrô. O impacto se estendeu até o entorno da comunidade, paralisando a circulação do trem e do metrô e impedindo o funcionamento de três unidades municipais de saúde próximas. Foi a mais letal da História da cidade.