Funcionário ameaçou dar andamento em suposto débito de energia caso vítima revelasse estupro, diz advogado
Em depoimento, autor confirmou relação sexual, mas disse que ato foi consensual
Os advogados da mulher que teria sido estuprada por um prestador de serviço da Equatorial Energia Alagoas, na sexta-feira (19), no Conjunto Maceió I, no Cidade Universitária, afirmam que a vítima foi ameaçada pelo suspeito para que não revelasse o crime. Segundo Lucas Sena, o homem disse que daria continuidade em um suposto débito de energia com a empresa, que teria sido constatado durante inspeção, caso ela contasse sobre a violência sexual. Em depoimento, autor confirmou relação sexual, mas disse que foi consensual.
“Ele [o suspeito] alegou que tinha um problema na casa da minha cliente e fez um termo de ocorrência, pegou os dados dela, preencheu o formulário para ela assinar. Após o preenchimento, ela abriu o portão para assinar, foi quando o funcionário pediu que fosse realizada uma inspeção no imóvel e que ela teria que acompanhá-lo, por ser proprietária. Nesse momento, ele a agarrou por trás, levou-a até a cozinha e consumou o crime de estupro. Ele a ameaçou, disse que se contasse para alguém, colocaria para frente o suposto débito dela, já que seria a palavra dela contra a dele”, disse o advogado.
Após o crime, a mulher contou o caso para a mãe através de um aplicativo de mensagem e foi até a Central de Flagrantes I, onde registrou Boletim de Ocorrência. O homem está preso, na Delegacia da Mulher, em Maceió. A delegada aguarda o resultado do exame de conjunção carnal para comprovar o estupro e anexar o documento ao inquérito policial.
A defesa disse, ainda, que a Equatorial, até o momento, não prestou nenhum tipo de assistência à vítima.
Em nota, a Equatorial informou que adotou todas as medidas que o caso requer até o momento e que está acompanhando a conclusão da investigação pelas autoridades policiais.
O outro lado
Já o advogado do engenheiro disse que o homem nega que tenha praticado o crime. No entanto, ele afirma que houve relação sexual, mas com consentimento da suposta vítima.
“Ele afirma que houve relação sexual, o que não houve e o que não bate nas informações prestadas é que isso ocorreu com violência. Primeiro, que o cidadão não ia fazer isso com a porta entreaberta, com o companheiro do lado de fora, à luz do dia, num condomínio. Ele estava desarmado, ela poderia gritar, correr. São informações muito imprecisas para se imputar a alguém um crime dessa natureza. Ele está decepcionado, triste, e pedindo desculpas para a esposa, mas não pelo estupro e sim pela traição”, afirmou Marcondes Costa, em entrevista à TV Gazeta.
Durante a semana, o outro funcionário que acompanhava o suspeito deverá prestar depoimento. Ele também foi afastado das funções até que o inquérito que apura o estupro seja concluído.
Veja nota da Equatorial Energia:
A Equatorial Energia Alagoas informa que adotou todas as medidas que o caso requer até o momento e que está acompanhando a conclusão da investigação pelas autoridades policiais.
Reforça que assim que tomou conhecimento do ocorrido, solicitou o afastamento dos prestadores de serviço até que tudo seja esclarecido e que tem total interesse na elucidação do caso.
Ressalta ainda que a Equatorial não compactua com qualquer ato ilegal, tendo inclusive regras rígidas de comportamento para todos os seus colaboradores e contratados terceirizados. Após a apuração, a Distribuidora tomará as medidas legais contra quem de direito.