Polícia Federal investiga uso do Avião da FAB para tráfico internacional de drogas

Por Redação com G1 02/02/2021 10h10
Por Redação com G1 02/02/2021 10h10
Polícia Federal investiga uso do Avião da FAB para tráfico internacional de drogas
Mala e os 39 kg de cocaína apreendidas com militar da FAB preso na Espanha - Foto: Guarda Civil de Sevilla

Uma operação da Polícia Federal (PF) foi deflagrada na manhã desta terça-feira, 02, para investigar o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para tráfico internacional de drogas, o material estaria sendo levado para a Espanha.

A operação foi nominada Quinta Coluna e também investiga um esquema de lavagem de dinheiro. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados que restringem a comunicação dos investigados. Os alvos também foram impedidos de deixar o Distrito Federal, por determinação judicial. A PF ainda não divulgou a identidade dos envolvidos. Na casa de um dos suspeitos a PF aprendeu drogas.

Foi determinada também o sequestro de imóveis e de veículos dos suspeitos de integrar o esquema criminoso. Militares da FAB também participam do cumprimento das medidas.

Investigação
Segundo a PF, as investigações demonstram que, além do sargento brasileiro Manoel Silva Rodrigues, flagrado com 37 kg de cocaína em um avião da comitiva presidencial em junho de 2019, na Espanha, outros suspeitos se associaram ao militar, "de forma estável e permanente, para a prática do crime de tráfico ilícito de drogas".

À época, Jair Bolsonaro (sem partido), não estava na aeronave. A TV Globo apurou que o avião onde estava o militar, que atua como comissário de bordo em voos da FAB, costuma fazer a rota presidencial antes do avião do presidente em viagens longas, e, por isso, fica à disposição do Executivo para quando ele pousar no destino.

Atualmente, o militar cumpre pena no país europeu e, em setembro do ano passado, a Justiça espanhola negou o pedido de transferência do sargento para o Brasil.

Em relação à lavagem de dinheiro, as investigações apontam "diversas estratégias do grupo criminoso" para ocultar os bens obtidos por meio do tráfico de drogas, "especialmente a aquisição de veículos e imóveis com pagamentos de altos valores em espécie", disse a PF.