O primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, ocorrida ontem, domingo, 17, foi marcado por um grande número de abstenções e por processo de superlotação na salas.

Segundo dados do Inep, 51,5% dos participantes não compareceram ao primeiro dia de prova, um total de 2,8 milhões de candidatos. A prova de ontem abrangia as áreas de linguagens, ciências humanas e redação. A próxima etapa da prova será no domingo, 24, sobre ciências da natureza e matemática.

Apesar do grande número de abstenções, o Ministro da Saúde Milton Ribeiro afirmou que o Enem foi um sucesso. "No meio de uma crise, mobilizar milhões de pessoas, para mim foi um sucesso. Eventualmente, se nós disséssemos que não teria Enem neste ano, para mim, seria um insucesso, uma derrota da educação brasileira", afirmou o ministro.

Em entrevista coletiva, no domingo o Ministro ainda disse que as abstenções ocorreram devido ao "medo a respeito da contaminação e por culpa da mídia", que, segundo ele, fez um trabalho contrário ao Enem.

Além disso, foram registradas superlotações em salas que ocorreram as provas. O Inep havia informado que as salas teriam apenas 50% de ocupação, para manter o distanciamento social necessário e evitar a disseminação do coronavírus, mas estudantes encontraram muitas salas com 80% de ocupação.

Casos assim foram registrados no PR, RS, SC e SP. Os candidatos reclamaram também que não receberam comprovantes ou qualquer documento após serem informados que teriam que fazer a reaplicação.

Após receber a informação de superlotação em salas, a Defensoria Pública da União (DPU) entrou com uma ação para anular a decisão que manteve a prova para o dia 17. Segundo a Defensoria, o Inep mentiu sobre as medidas de segurança adotadas.