MP denuncia candidato a prefeito por associar CoronaVac à homossexualidade

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o engenheiro Marcelo Frazão de Oliveira, candidato à Prefeitura de São Simão (SP) pelo Patriota, por associar a vacina CoronaVac à homossexualidade. A vacina contra a Covid-19 está sendo desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Segundo o promotor William Daniel Inácio, Frazão praticou atos homofóbicos e transfóbicos ao publicar e divulgar mensagens em texto e áudio nas redes sociais, em outubro deste ano, dizendo que quem tomasse doses da vacina poderia mudar de gênero.
Frazão critica a possível obrigatoriedade da imunização contra a Covid-19 e diz que não vai deixar que a família dele seja vacinada. Em outro trecho, afirma fazer o papel dele em alertar a população para as consequências que a imunização contra a Covid-19 podem causar no paciente.
“Vocês vão comprometer a vida dos seus filhos e netos. Vocês vão causar síndromes perigosas que vão destruir os seus filhos e netos, inclusive no sentido de fertilidade, de homossexualismo. Então, se você quer o bem dos seus filhos, não vacine seus filhos (...) o menino pode deixar de ser menino, vai virar menina. A menina deixa de ser menina e vira menino, nessa linha”, diz a mensagem.
Segundo o MP, a mensagem começou a ser divulgada nas redes sociais de Frazão, que tem um canal no YouTube, em 20 de outubro e foi replicada em diversas plataformas.
Procurado, o candidato disse que não vai comentar o assunto com a imprensa.
A promotoria afirma que a denúncia é na esfera da Justiça comum e que, portanto, não tem relação com o fato de ele concorrer ao cargo de prefeito de São Simão. "Não foi um ato praticado durante a campanha e nós entendemos que não há ligação com a Justiça Eleitoral na hipótese", diz Inácio.
'Extremo preconceito'
Ao analisar os perfis de Frazão nas redes sociais, o MP indicou que o candidato não está satisfeito com as políticas envolvendo o combate à pandemia de Covid-19 desenvolvidas no Brasil e em outros países.
Para a Promotoria, o denunciado está errado ao afirmar que a CoronaVac provoca síndromes graves, lesões cerebrais, mudanças genéticas e até doenças como o câncer, de acordo com o teor do áudio.
Quando usa o termo ‘homossexualismo’, segundo o MP, Frazão associa a orientação sexual a doença. A expressão deixou de ser usada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na lista de distúrbios mentais em 1990, sendo substituída por homossexualidade.
Para o Ministério Público, em caso de condenação, Frazão pode pegar de 2 a 5 anos de prisão e pagar indenização moral coletiva no valor equivalente a 50 salários mínimos.
"Esta conduta dele nós entendemos imputável o crime de racismo porque, primeiro, não há nenhuma evidência de que a vacina cause qualquer mutação genética, mas, ao fazer a comparação de doenças com a homossexualidade e com os transexuais, ele demonstrou um extremo preconceito com os homossexuais e os transexuais", explica o promotor.
Últimas Notícias

Suspeito de abusar enteada de 12 anos, em 2013, é preso durante operação em Maceió

Homem é executado a tiros dentro do próprio carro embaixo de viaduto de Maceió

Pedreiro vítima de aranha-marrom se recupera após tratamento intensivo no HGE

Deputado Daniel cobra explicações da Casal sobre falta de água em cidades de Al

Com atuação do MPF, Braskem desiste de pesquisa mineral no litoral norte de Alagoas
Vídeos mais vistos

Morte em churrascaria de Arapiraca

Festa termina com jovem morta e dois feridos no Agreste alagoano

Homem que conduzia motocicleta pela contramão morre ao ter veículo atingido por carro, em Arapiraca

Protesto na antiga sede do ASA
