Conheça a história de cinco brasileiras que foram mortas acusadas de bruxaria

Por Redação com Aventura na História 31/10/2020 16h04 - Atualizado em 31/10/2020 16h04
Por Redação com Aventura na História 31/10/2020 16h04 Atualizado em 31/10/2020 16h04
Conheça a história de cinco brasileiras que foram mortas acusadas de bruxaria
Fabiana Maria de Jesus foi linchada em 2014, acusada de bruxaria - Foto: Divulgação

31 de outubro é mundialmente conhecido pela comemoração do Dia das Bruxas, o evento que tem sua festividade maior nos Estados Unidos da América (EUA) é motivo de controversas de comemoração no Brasil.

Acredita-se que o Dia das Bruxas, com o uso de fantasias, surgiu pelo medo das pessoas dos "espíritos que saiam das tumbas" nas vésperas das celebrações de finados. Para além disso, durante muitos anos, mulheres que apresentavam comportamentos que não seguiam as tradições eram consideradas bruxas e inclusive queimadas vivas.

Apesar da data do dia das bruxas não ser tão marcante no Brasil, há relatos de brasileiras que foram mortas acusadas de bruxaria. Entenda a história de cinco delas:

Mima Renard

Mima Renard foi uma mulher franco-brasileira que morreu queimada em uma fogueira no ano de 1692, na vila de São Paulo. Acabou se tornando um dos mais conhecidos nomes durante o período de caça às bruxas no Brasil. Renard deixou a França e chegou ao Brasil com seu marido René. Acredita-se que seu marido tenha sido assassinado por um homem que estava interessado em sua esposa, visto que ela era uma mulher muito bela.

Viúva, ela teve que começar a se prostituir para viver. Neste período, começaram a surgir boatos sobre ela e outras mulheres passaram a dizer que Renard fazia feitiços para atrair os homens. Quando dois de seus clientes, casados, começaram uma briga que resultou na morte de um deles, a prostituta foi denunciada ao padre da paróquia local, acusada de bruxaria e feitiçaria. Ela morreu no ano de 1692, executada em uma fogueira pública em São Paulo.

Isabel Pedrosa de Alvarenga

Isabel Pedrosa de Alvarenga também foi acusada de bruxaria. Um dos “familiares do Santo Ofício” fez uma denúncia contra a mulher, alegando que ela tinha um saco contendo umbigos de crianças, panos com sangue, bicos de pássaros e tufos de cabelo. Tudo isso seria para fazer rituais de magia. Em 1750, ela foi condenada por esse crime. Acredita-se que, na verdade, Isabela tenha sido uma mulher muito pobre que vivia nas ruas pedindo comida e esmolas.

Ursulina de Jesus

Acusada de bruxaria por seu marido Sebastiano de Jesus, um homem com certa relevância em São Paulo, Ursulina foi julgada e condenada por heresia e bruxaria no ano de 1754. Neste ano, ela ainda foi assassinada em uma fogueira pública. Sebastiano havia acusado a mulher de tê-lo deixado estéril com o uso de magia negra. O problema foi que a amante do homem na época, Cesária, ainda confirmou a acusação, testemunhando junto com ele no tribunal contra Ursulina.

Maria da Conceição

Maria da Conceição tinha incríveis conhecimentos sobre ervas medicinais. A mulher usava as técnicas naturais que dominava para ajudar pessoas doentes na região. O ano era 1798 e, como quase todas as mulheres ligadas a esse tipo de sabedoria, Maria terminou na fogueira.

Também em São Paulo, um padre chamado Luís acusou-a de heresia e bruxaria, provavelmente pelo seu envolvimento com os doentes, o qual o religioso era radicalmente contra. Ela foi morta em uma execução pública no centro de São Paulo, próximo ao Convento de São Bento.

Fabiana Maria de Jesus

Diferentemente das outras mulheres dessa lista, esse caso aconteceu recentemente, em 2014, quando surgiram algumas fake news no bairro em que Fabiana morava, no Guarujá, litoral de São Paulo, alegando que ela fazia rituais de magia negra envolvendo crianças. O boato de que ela sequestrava meninos e meninas para realizar a bruxaria fez com que ela fosse morta em um linchamento público. Cerca de 100 pessoas participaram do ato criminoso.