Irritação e fome excessiva: veja sinais de depressão infantil na quarentena
A suspensão das aulas, a ausência de contato físico e a incerteza em relação ao futuro devido ao isolamento social ocasionado pela pandemia do novo coronavírus prejudica a saúde mental em diversos sentidos. E não apenas a dos pais, como também a das crianças.
Respostas grosseiras, comer demais, achar a escola “chata” e buscar incessantemente a tecnologia são algumas das atitudes atípicas que as crianças encontraram, neste momento, para descontar o turbilhão de emoções que o confinamento tem causado em suas rotinas.
Este mês, um pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) com cerca de 400 médicos de 23 estados e do Distrito Federal constatou um aumento de 89,2% no agravamento de quadros psiquiátricos devido à Covid-19.
Segundo o levantamento, divulgado na última segunda-feira (11/05), 47,9% dos médicos entrevistados receberam mais pacientes após o início da pandemia. Entre eles, estão crianças que não conseguiram se adaptar a essa nova realidade.
Diálogo e home office
A psiquiatra paulista Denise Gobo explica que as consequências do confinamento repercutem no público infantil de diversas formas. Uma das mais decisivas é a maneira como os pais explicam a atual situação aos filhos.
O excesso de trabalho em casa pode ser outro fator agravante. “Aquelas crianças nas quais os responsáveis não conseguem ter um tempo de qualidade tendem a se sentir mais inseguras”, alerta.
Ausência de contato
Levantar cedo, andar de bicicleta e brincar com os pais eram atividades comuns na vida do pequeno Theodoro Techuk, de 5 anos. Sua mãe, a advogada Michelle Techuk, de 40 anos, relembra que a rotina do pequeno era bem agitada antes da pandemia. Por isso, foi difícil explicar “o novo normal” ao filho.
“Tentei falar sobre o confinamento de uma maneira suave, por ele ainda ser muito pequeno. Theodoro sentiu mais na questão do contato direto, de abraçar e beijar. Por ser muito afetuoso, ele tem sofrido bastante com essa restrição”, lamenta.
Segundo a brasilense, o menino sempre foi uma criança tranquila no dia a dia. No entanto, desde o início do confinamento, comportamentos incomuns passaram a fazer parte do cotidiano da família.
“O Theodoro está no auge do estresse. Ele grita sem motivo, come demasiadamente, chama a escola de chata e não quer fazer as tarefas. Em qualquer situação, chora. E, principalmente, está exigindo a minha atenção 24h do dia”, relata Michele.
A advogada diz que não conseguiu manter o home office pela necessidade de dedicação que Theodoro impõe. Ela tem se refugiado no seu escritório com todos os cuidados necessários. Quando chega em casa, as saídas que encontra para acalmar o filho do tédio são variadas.
“Às vezes, coloco Theodoro dentro do carro, de máscara. Dou uma volta pela cidade e ponho um som bem alto para ele dançar. Invisto nas brincadeiras para evitar eletrônicos”, diz.
Respostas grosseiras, comer demais, achar a escola “chata” e buscar incessantemente a tecnologia são algumas das atitudes atípicas que as crianças encontraram, neste momento, para descontar o turbilhão de emoções que o confinamento tem causado em suas rotinas.
Este mês, um pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) com cerca de 400 médicos de 23 estados e do Distrito Federal constatou um aumento de 89,2% no agravamento de quadros psiquiátricos devido à Covid-19.
Segundo o levantamento, divulgado na última segunda-feira (11/05), 47,9% dos médicos entrevistados receberam mais pacientes após o início da pandemia. Entre eles, estão crianças que não conseguiram se adaptar a essa nova realidade.
Diálogo e home office
A psiquiatra paulista Denise Gobo explica que as consequências do confinamento repercutem no público infantil de diversas formas. Uma das mais decisivas é a maneira como os pais explicam a atual situação aos filhos.
O excesso de trabalho em casa pode ser outro fator agravante. “Aquelas crianças nas quais os responsáveis não conseguem ter um tempo de qualidade tendem a se sentir mais inseguras”, alerta.
Ausência de contato
Levantar cedo, andar de bicicleta e brincar com os pais eram atividades comuns na vida do pequeno Theodoro Techuk, de 5 anos. Sua mãe, a advogada Michelle Techuk, de 40 anos, relembra que a rotina do pequeno era bem agitada antes da pandemia. Por isso, foi difícil explicar “o novo normal” ao filho.
“Tentei falar sobre o confinamento de uma maneira suave, por ele ainda ser muito pequeno. Theodoro sentiu mais na questão do contato direto, de abraçar e beijar. Por ser muito afetuoso, ele tem sofrido bastante com essa restrição”, lamenta.
Segundo a brasilense, o menino sempre foi uma criança tranquila no dia a dia. No entanto, desde o início do confinamento, comportamentos incomuns passaram a fazer parte do cotidiano da família.
“O Theodoro está no auge do estresse. Ele grita sem motivo, come demasiadamente, chama a escola de chata e não quer fazer as tarefas. Em qualquer situação, chora. E, principalmente, está exigindo a minha atenção 24h do dia”, relata Michele.
A advogada diz que não conseguiu manter o home office pela necessidade de dedicação que Theodoro impõe. Ela tem se refugiado no seu escritório com todos os cuidados necessários. Quando chega em casa, as saídas que encontra para acalmar o filho do tédio são variadas.
“Às vezes, coloco Theodoro dentro do carro, de máscara. Dou uma volta pela cidade e ponho um som bem alto para ele dançar. Invisto nas brincadeiras para evitar eletrônicos”, diz.
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