Brasil reinaugura base de pesquisa na Antártica

03/02/2020 22h10 - Atualizado em 04/02/2020 01h01
03/02/2020 22h10 Atualizado em 04/02/2020 01h01
Brasil reinaugura base de pesquisa na Antártica
Foto: Pixabay

O Governo Federal reinaugurou, em 14 de janeiro último, a Estação Comandante Ferraz, base de pesquisa brasileira na Antártica.

As novas instalações ocupam uma área de 4.500 metros quadrados com
acomodações confortáveis para alojar 64 pessoas, sobretudo pesquisadores e militares, e conta com 17 laboratórios de pesquisa.

A obra recebeu investimento de cerca de US$ 100 milhões. A reconstrução foi necessária devido ao grande incêndio ocorrido em 2012, que destruiu 70% das instalações da base e deixou dois militares mortos. Desde o incidente, o Brasil ocupava um local provisório.

Para o professor de Relações Internacionais do Ibmec Brasília, Ricardo Caichiolo, as novas instalações devem melhorar as condições de trabalho dos pesquisadores e ampliar os investimentos para a comunidade científica.

“As pesquisas são, basicamente, na área de oceanografia, biologia, química, meteorologia. Agora, o que é importante também, além da parte da pesquisa, é mostrar que o Brasil investe em pesquisa e em tecnologia. Nenhum país chegou a se tornar desenvolvido sem investimentos maciços em tecnologia e inovação. Já há uma destinação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações no valor de R$ 18 milhões para financiar esses projetos. Já existem 16 projetos aprovados e esse valor vai cobrir as pesquisas até 2022”, explicou Caichiolo.

O projeto da base da Antartica é brasileiro e a obra foi executada por uma empresa chinesa. Foram necessárias 700 toneladas de aço para suportar as condições climáticas da região. Para maior segurança, principalmente depois da experiência com o incêndio, foram instaladas portas corta-fogo, alarmes de incêndio e detectores de fumaça.

A estação conta com academia, biblioteca, auditório e enfermaria, além de uma usina eólica movida pelos fortes ventos polares e placas de captação de energia solar, já que
no verão o sol brilha por cerca de 20 horas na Antártica.

Segundo Sérgio Guida, gerente do Programa Antártico Brasileiro, a moderna infraestrutura já atraiu pesquisadores da Fiocruz e da Agência Internacional de Energia Atômica, interessados em desenvolver projetos na nova base. “A base anterior tinha 5 laboratórios, laboratórios até um pouco acanhados. Agora, nós temos 17 laboratórios. Temos uma capacidade de pesquisa muito grande. Os nossos pesquisadores poderão usufruir com facilidade”, destacou.