Abismo entre os mais pobres e os mais ricos volta a crescer em Alagoas, aponta IBGE
Um dos estados brasileiros com maior velocidade de redução de desigualdade de renda entre os anos 2000 e 2015, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) compilados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Alagoas registrou estagnação nessa redução na passagem de 2016 para 2017, segundo o relatório "País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras - 2018", lançado na segunda-feira (27), pela organização não governamental Oxfam Brasil.
Segundo o documento, a renda média per capita dos 50% mais ricos em Alagoas é de R$ 4.669, enquanto os rendimentos médios per capita entre os 50% mais pobres é de R$ 341 - o equivalente a 36% do salário mínimo vigente.
Para se ter uma ideia do que isso representa, o rendimento médio dos 50% mais pobres no Distrito Federal (R$ 1.059,00, o maior entre as unidades da federação) é mais de três vezes superior ao rendimento dos 50% mais pobres do Estado.
Apesar disso, Alagoas é um dos estados do País com os menores índices de desigualdade de renda do País, ao lado de Santa Catarina, Rondônia, Mato Grosso, Goiás. A desigualdade na distribuição de renda entre mais ricos e pobres é medida pelo Índice de Gini, que expressa um valor numa escala de zero (perfeita igualdade) e um (desigualdade extrema).
O Índice de Gini de Alagoas, que em 2003 era 0,608, caiu em 2014 para 0,501, acompanhando o fenômeno nacional e regional de desconcentração de renda naquele período. "No entanto, os últimos dados revelam que esse índice em Alagoas subiu para 0,526, em 2016, e 0,530, em 2017. Um claro retrocesso neste processo que parecia avançar sem problemas", explica o economista Cícero Péricles.
Segundo a Oxfam, doze dos 27 estados brasileiros tiveram perda agregada de renda na passagem de 2016 para 2017. São Paulo foi responsável por 71% da retração de renda nacional, seguido pelo Rio de Janeiro e Pernambuco.
"Isso pode ser explicado pela altíssima concentração de renda no País nestes estados, bem como pelas grandes massas populacionais que neles vivem e que foram impactadas pela alta do desemprego", ressalta a Oxfam.
Em 2017, os rendimentos médios mensais de todos os trabalhos foram de R$ 1.630,00 no Norte, R$ 1.509,00 no Nordeste (as duas regiões abaixo da média nacional), R$ 2.475,00 no Sudeste, R$ 2.397,00 no Sul e R$ 2.512,00 no Centro-Oeste, maior média brasileira.
Cícero Péricles explica que o Nordeste continua sendo a região do País com maior desigualdade social, ainda que a concentração de renda tenha caído ano a ano, até o ano de 2015, voltando a subir em 2016 e 2017, em decorrência da crise econômica, do desemprego e da redução dos recursos para as políticas públicas.
Os números revelam também que a queda do Nordeste tem sido mais lenta que nas outras regiões. "Mas no caso alagoano, mesmo com a redução deste índice, a polarização era evidente: de um lado o 1% dos mais ricos (33 mil pessoas) com 10,79% da renda e, do outro, os 50% mais pobres (1,6 milhão de alagoanos) com apenas 17,80% da renda total", revela o economista.
Segundo o documento, a renda média per capita dos 50% mais ricos em Alagoas é de R$ 4.669, enquanto os rendimentos médios per capita entre os 50% mais pobres é de R$ 341 - o equivalente a 36% do salário mínimo vigente.
Para se ter uma ideia do que isso representa, o rendimento médio dos 50% mais pobres no Distrito Federal (R$ 1.059,00, o maior entre as unidades da federação) é mais de três vezes superior ao rendimento dos 50% mais pobres do Estado.
Apesar disso, Alagoas é um dos estados do País com os menores índices de desigualdade de renda do País, ao lado de Santa Catarina, Rondônia, Mato Grosso, Goiás. A desigualdade na distribuição de renda entre mais ricos e pobres é medida pelo Índice de Gini, que expressa um valor numa escala de zero (perfeita igualdade) e um (desigualdade extrema).
O Índice de Gini de Alagoas, que em 2003 era 0,608, caiu em 2014 para 0,501, acompanhando o fenômeno nacional e regional de desconcentração de renda naquele período. "No entanto, os últimos dados revelam que esse índice em Alagoas subiu para 0,526, em 2016, e 0,530, em 2017. Um claro retrocesso neste processo que parecia avançar sem problemas", explica o economista Cícero Péricles.
Segundo a Oxfam, doze dos 27 estados brasileiros tiveram perda agregada de renda na passagem de 2016 para 2017. São Paulo foi responsável por 71% da retração de renda nacional, seguido pelo Rio de Janeiro e Pernambuco.
"Isso pode ser explicado pela altíssima concentração de renda no País nestes estados, bem como pelas grandes massas populacionais que neles vivem e que foram impactadas pela alta do desemprego", ressalta a Oxfam.
Em 2017, os rendimentos médios mensais de todos os trabalhos foram de R$ 1.630,00 no Norte, R$ 1.509,00 no Nordeste (as duas regiões abaixo da média nacional), R$ 2.475,00 no Sudeste, R$ 2.397,00 no Sul e R$ 2.512,00 no Centro-Oeste, maior média brasileira.
Cícero Péricles explica que o Nordeste continua sendo a região do País com maior desigualdade social, ainda que a concentração de renda tenha caído ano a ano, até o ano de 2015, voltando a subir em 2016 e 2017, em decorrência da crise econômica, do desemprego e da redução dos recursos para as políticas públicas.
Os números revelam também que a queda do Nordeste tem sido mais lenta que nas outras regiões. "Mas no caso alagoano, mesmo com a redução deste índice, a polarização era evidente: de um lado o 1% dos mais ricos (33 mil pessoas) com 10,79% da renda e, do outro, os 50% mais pobres (1,6 milhão de alagoanos) com apenas 17,80% da renda total", revela o economista.
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