A Polícia Civil prendeu na manhã desta quinta-feira (1º) o suspeito pelo assassinato de Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos. O jogador foi encontrado morto no início da tarde de sábado (27) em um matagal de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Na tarde desta quarta-feira (31), foram expedidos dois mandados de prisão contra a mulher e filha do suspeito, que teriam testemunhado o crime.

Uma testemunha considerada chave foi ouvida durante a manhã de ontem, por três horas, na delegacia de SJP. Em depoimento, ela teria relatado que Daniel foi brutalmente espancado dentro da residência do principal suspeito. Ele foi até o local com os mesmos amigos que o acompanhavam em uma casa noturna de Curitiba. O grupo resolveu ir à festa na casa do suspeito, após sair da boate.

Na casa, Daniel teria encontrado com uma mulher que já era sua conhecida desde a época em que ele jogou pelo Coritiba, em 2017, e com quem, supostamente, ele teria se envolvido. Passado algum tempo, a testemunha ouviu essa mesma mulher gritando por socorro em um quarto. O que aconteceu entre quatro paredes, antes do pedido de socorro, ainda não foi confirmado pela polícia.

No entanto, foi depois disso que a testemunha viu o jogador no quarto, só de cueca e camisa, enquanto quatro homens o espancavam. Um deles seria o marido ou ex-marido da mulher que teria sido o pivô de tudo. Na ocasião, mesmo respirando com muita dificuldade e muito machucado, Daniel conseguia implorar para não ser morto.

A testemunha não soube dizer se foi nesse momento que o pênis do jogador foi decepado ou se ele foi morto ali mesmo, mas afirmou que existia uma grande poça de sangue no chão do quarto. Investigadores também confirmaram que os dentes de Daniel foram arrancados com uma alicate. E, a testemunha teria afirmado que os quatro criminosos caçoavam dele ao mesmo tempo em que removiam um a um seus dentes. Na sequência, ele teria sido colocado dentro de um porta-malas de um veículo e levado até SJP.

Jogador encontrado morto
Daniel foi localizado no sábado a tarde, na Colônia Mergulhão, na zona rural de São José dos Pinhais, depois que um morador da região viu marcas de sangue no chão de uma estrada rural e seguiu o rastro até o corpo do jovem. Ele estava vestido apenas com uma camiseta, com sinais de tortura, o pênis decepado e cortes profundos no pescoço, a ponto de quase ter sido degolado. "Possivelmente foi uma morte dolorosa. Ele sofreu, não morreu no momento. Foi uma coisa com bastante malvadeza. Quem fez estava com raiva”, disse Edmilson Pereira, superintendente da Polícia Civil de São José dos Pinhais.

Noite antes da morte de Daniel
Em Curitiba, Daniel passou a noite de sábado com amigos em uma casa noturna sertaneja festejando o aniversário de um deles, motivo pelo qual ele teria viajado até a cidade. De lá, no início da madrugada, por volta da meia-noite de sábado, o grupo seguiu para a residência na Grande Curitiba onde tudo aconteceu. A administração da boate afirmou que o jogador não se envolveu em nenhuma confusão dentro do local.

Crime passional
Desde o início das investigações, a polícia já suspeitava que o crime que vitimou o ex-jogador do Coritiba tenha sido de motivação passional e que ele teria se relacionado com uma mulher casada. Porém, detalhes não estão sendo divulgados para que não atrapalhem as diligências policiais.

Na terça-feira (30), a Polícia Civil verificou câmeras de segurança para entender por onde o jogador Daniel esteve antes de ser encontrado morto.

Sepultamento
O corpo foi sepultado na tarde desta quarta em Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, onde vive a família do jogador. Antes, amigos e familiares foram até o Ginásio Municipal, onde ocorreu o velório, para dar o último adeus ao jovem de apenas 24 anos.