O Nordeste se rende ao poker

Por Redação 23/10/2018 21h09 - Atualizado em 24/10/2018 00h12
Por Redação 23/10/2018 21h09 Atualizado em 24/10/2018 00h12
O Nordeste se rende ao poker
Foto: Arquivo oessoal
O poker é um dos esportes que mais crescem no mundo… e também no Brasil. Esse esporte mental reúne cerca de sete milhões de praticantes em todo o território nacional, segundo números divulgados pela CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em).

Se compararmos com os dados de 2013, podemos perceber um crescimento constante de um milhão de novos atletas a cada ano.

É evidente que tamanho sucesso seria logo traduzido em grandes eventos por todo o país.

Com o surgimento do BSOP (Brazilian Series of Poker) em 2006, a maior competição de poker de todo o hemisfério sul, o esporte mental ganhou uma projeção ainda mais relevante.

Os números não mentem: em sua primeira edição, o BSOP teve pouco menos de cem atletas inscritos. Já em 2015, a quantidade de jogadores foi superior a 1300!



Tal aumento na procura pela modalidade acabou alavancando o setor no país: estima-se que haja no Brasil, hoje em dia, mais de 500 espaços destinados à prática, sendo 200 exclusivos para o poker. Apesar da maior concentração nos grandes centros urbanos (15% dessas salas encontram-se em São Paulo, por exemplo), o esporte espalhou-se por todo os estados. Atualmente, 22 estados brasileiros contam com a sua própria federação de poker.

Reconhecido como esporte mental em 2010 pela Federação Internacional dos Esportes de Mente, o poker passa a constar no calendário oficial do Ministério dos Esportes em 2012. Hoje, podemos afirmar com muito orgulho que o Brasil se impõe como uma das maiores potências do poker mundial, tendo conquistado quatro títulos do WSOP (World Series of Poker), a maior competição de poker do mundo.

Em 2008, o curitibano Alexandre Gomes trouxe o primeiro bracelete do WSOP para o Brasil, com apenas 25 anos de idade e apenas 6 meses de dedicação exclusiva ao esporte. Três anos depois, em 2011, foi a vez do paulistano André Akkari conquistar o título. Akkari, aliás, é considerado o maior nome do esporte no país. Em 2015, o também paulistano Thiago Decano faturou o tricampeonato. Agora, em 2018, o goiano Roberly Felício, de 49 anos e atleta nas horas vagas, trouxe o tetra para o Brasil, ganhando um prêmio no valor de 1 milhão de dólares! Detalhe: Roberly pratica o poker há apenas 4 anos.

Naturalmente, graças a todo esse sucesso, o poker vem cada vez mais ganhando espaço no Nordeste. A prova maior disso é a realização de uma das etapas do Brazilian Series of Poker em Natal, no Rio Grande do Norte. A capital potiguar voltou a sediar o evento em 2018 após ter ficado de fora na edição de 2017. Antes, o BSOP também havia sediado uma etapa em Salvador (2008) além de eventos secundários em Fortaleza e na Costa do Sauípe.

Foi pensando nesse interesse do nordestino pelo poker, que os empresários Marcos Teixeira e Avelino Salhed resolveram criar o Nordeste Poker Series, o maior e mais importante torneio de poker da região. Logo em sua primeira edição em 2007, o campeonato fez história com uma premiação de 30 mil reais.

Devido ao enorme sucesso, as edições seguintes tornaram-se cada vez mais concorridas, o que consolidou o evento na região. Em 2018, em sua quarta edição, o prêmio foi de 300 mil reais, atraindo 213 jogadores de todo o Nordeste para a disputa em Fortaleza.

Um dos grandes destaques do esporte no Nordeste é Carla del Castilho (a Kaká Castilho), natural de Imperatirz. A dentista, quando não está em seu consultório, é a única mulher a fazer parte da seleção maranhanse de poker profissional. Kaká começou jogando entre amigos e apenas em 2012 resolveu se profissionalizar. Mais recentemente, a maranhense lançou o seu próprio canal na internet para ensinar suas técnicas e táticas vencedoras.



Outro grande nome nordestino é Rogério Siqueira. Natural de Arapiraca, o alagoano tornou-se uma das principais referências do poker no mundo. No “Main Event” do WSOP, Rogério foi premiado com o 33º lugar e conquistou a quinta colocação no “High Roller”.

Mais um destaque vem do Piauí: Saulo Guimarães. Com apenas 22 anos, o piauiense natural de Picos teve uma ascensão meteórica no esporte, tornando-se profissional em tempo recorde. Em 2016, ele figurou entre os 3 melhores atletas do Nordeste e tornou-se relevante no cenário.

No mesmo ano, Saulo conquistou duas competições somando mais de 35 mil reais em prêmios. Ao final de 2016, Saulo apareceu como o quarto colocado no ranking de melhores jogadores do Nordeste, num total de 353 atletas.

A tendência para os próximos anos é que o esporte cresça ainda mais no Nordeste. Com tantas competições importantes e novos talentos surgindo de todos os estados da região, já podemos afirmar que o poker é uma realidade para o povo nordestino.