Juiz do DF manda soltar Joesley Batista; empresário deverá entregar passaporte

Por G1 09/03/2018 17h05 - Atualizado em 09/03/2018 20h08
Por G1 09/03/2018 17h05 Atualizado em 09/03/2018 20h08
Juiz do DF manda soltar Joesley Batista; empresário deverá entregar passaporte
Foto: Divulgação
O juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara da Justiça Federal de Brasília, mandou nesta sexta-feira (9) soltar o empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F, e Ricardo Saud, ex-executivo do grupo.

Pela decisão, Joesley Batista e Ricardo Saud estão obrigados a:

Entregar o passaporte;

Não deixar o país sem autorização judicial;

Comparecer a todos os atos do processos;

Manter os endereços atualizados.

Procurado, o advogado de Joesley, André Callegari, informou que não comentará o assunto, mas acrescentou esperar que o cliente seja solto ainda nesta sexta. A J&F informou que não comentará o assunto.

O G1 ainda buscava contato com adefesa de Ricardo Saud até a última atualização desta reportagem.

Quando Joesley Batista e Saud foram presos, os advgados argumentaram ao STF que os dois "jamais cooptaram" membro do Ministério Público ou omitiram informações "maliciosamente".

A decisão

No despacho, o juiz Marcus Vinícius Reis Bastos afirma que o "excesso de prazo" da prisão "corrobora o constrangimento ilegal".

"O requerido [Joesley Batista] tem residência conhecida, ocupação lícita e colabora com as investigações, sem notícia de antecedentes que o desabone, circunstâncias que favorecem o pretendido restabelecimento de sua liberdade".

Ainda no despacho, o juiz Bastos observa que, segundo o Ministério Público, Ricardo Saud está na "mesma situação" de Joesley e, por isso, decidiu estender a revogação da prisão ao executivo.

Relembre as prisões

Joesley e Saud foram presos em em 10 de setembro do ano passado pela Polícia Federal após terem o acordo de delação premiada rescindido pela Procuradoria Geral da República (PGR), por suposta omissão de informações nos depoimentos.

Três dias depois, a Justiça expediu novo mandado de prisão contra Joesley Batista, pela prática de "insider trading", que consiste em usar informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro.

Neste caso do "insider trading", o irmão dele, Wesley Batista, sócio da JBS, também foi preso em 2017 e solto neste ano por determinação do Superior Tribunal de Justiça. Joesley e Saud são réus neste processo.

Os acordos de delação de Joesley, Saud e Wesley Batista estão suspensos. A rescisão definitiva ainda depende de decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).