Militares que criticaram Justiça por liberar mulher presa com 8 armas têm prisão decretada
Acabou em prisão o desabafo dos três policiais militares que reagiram, em um vídeo, à liberação de Cícera Oliveira Lima, de 31 anos, presa em flagrante na madrugada de um sábado, em agosto de 2017, ao serem encontrados com ela, em uma residência no conjunto Cleto Marques Luz, oito revólveres calibre 32 e 38. Pela determinação do comandante da Polícia Militar de Alagoas, coronel Marcos Sampaio, o cabo da polícia que comandava a guarnição e os demais militares que participaram da gravação do vídeo que repercutiu na internet devem ficar presos por oito dias, visto que o comportamento deles foi considerado "grave".
O Boletim Ostensivo da Polícia Militar (BGO) trouxe, na edição desta quinta-feira (15), a determinação do comandante-geral. Nela, o oficial ressalta que, desde que o vídeo mostrando o desabafo dos militares ganhou as redes em todo o Brasil, eles tiveram a oportunidade de apresentar a respectiva defesa contra as acusações, mas eles não conseguiram justificar o ato de terem ido até a casa da suspeita, filmá-la, "agindo de forma inconveniente".
"O comandante da Polícia Militar aplica a reprimenda disciplinar de oito dias de prisão por terem agido de forma inconveniente, censurando a decisão do Poder Judiciário que resultou na liberdade provisória da suspeita em audiência de custódia. A medida dos militares resultou em desrespeito às medidas gerais de ordem judicial e seus atos, assim, como promover atos que se tornaram públicos que comprometeu o prestígio e a imagem da corporação (...)", diz um trecho da punição recebida pelos militares.
O comando do 1º Batalhão da Polícia Militar - unidade de origem dos policiais que fizeram o vídeo -, declarou que foi informado extraoficialmente sobre a punição. No entanto, a partir desta sexta-feira (16), os policiais devem ser comunicados sobre o despacho do comandante-geral, sendo, em seguida, aplicada a punição. Eles devem ficar presos por este período na sede do 1º BPM, localizado no bairro do Poço, em Maceió. Até o momento, as entidades que representam os militares não se pronunciaram sobre o caso.
O vídeo
Nas imagens, os policiais aparecem conversando com a mulher e perguntando sobre a detenção dela. Maria Cícera conta que conseguiu um alvará para que fosse solta e diz que "não deve nada a ninguém". "Estou com meu alvará de soltura e não devo nada a ninguém", repete.
Diante das declarações dela, os PMs reclamam da situação do país. "Brasil, Brasil; é isso aí", ressalta um deles. "Me desculpe por ter vindo na casa da senhora, quebrado a porta da senhora, ter apreendido oito armas e ter levado a senhora constrangida até uma delegacia para um dia depois a senhora estar solta. Pelo amor de Deus", completa outro, em tom de revolta.
A mulher foi liberada depois de uma audiência de custódia. Segundo o juiz responsável, Ricardo Jorge Cavalcante Lima, a suspeita foi solta por ser ré primária, possuir bons antecedentes e ter endereço fixo. Ela também tem emprego fixo em um matadouro e alegou que as armas seriam do namorado.
"Está na ficha dela que ela nunca havia sido presa e tem bons antecedentes. Segundo o que ela apresentou, as armas seriam de um namorado, que as deixou na casa dela sem que ela soubesse. Ela disse de quem eram as armas, por isso soltei. Não fiz nada mais nada menos do que a lei estabelece".
O Boletim Ostensivo da Polícia Militar (BGO) trouxe, na edição desta quinta-feira (15), a determinação do comandante-geral. Nela, o oficial ressalta que, desde que o vídeo mostrando o desabafo dos militares ganhou as redes em todo o Brasil, eles tiveram a oportunidade de apresentar a respectiva defesa contra as acusações, mas eles não conseguiram justificar o ato de terem ido até a casa da suspeita, filmá-la, "agindo de forma inconveniente".
"O comandante da Polícia Militar aplica a reprimenda disciplinar de oito dias de prisão por terem agido de forma inconveniente, censurando a decisão do Poder Judiciário que resultou na liberdade provisória da suspeita em audiência de custódia. A medida dos militares resultou em desrespeito às medidas gerais de ordem judicial e seus atos, assim, como promover atos que se tornaram públicos que comprometeu o prestígio e a imagem da corporação (...)", diz um trecho da punição recebida pelos militares.
O comando do 1º Batalhão da Polícia Militar - unidade de origem dos policiais que fizeram o vídeo -, declarou que foi informado extraoficialmente sobre a punição. No entanto, a partir desta sexta-feira (16), os policiais devem ser comunicados sobre o despacho do comandante-geral, sendo, em seguida, aplicada a punição. Eles devem ficar presos por este período na sede do 1º BPM, localizado no bairro do Poço, em Maceió. Até o momento, as entidades que representam os militares não se pronunciaram sobre o caso.
O vídeo
Nas imagens, os policiais aparecem conversando com a mulher e perguntando sobre a detenção dela. Maria Cícera conta que conseguiu um alvará para que fosse solta e diz que "não deve nada a ninguém". "Estou com meu alvará de soltura e não devo nada a ninguém", repete.
Diante das declarações dela, os PMs reclamam da situação do país. "Brasil, Brasil; é isso aí", ressalta um deles. "Me desculpe por ter vindo na casa da senhora, quebrado a porta da senhora, ter apreendido oito armas e ter levado a senhora constrangida até uma delegacia para um dia depois a senhora estar solta. Pelo amor de Deus", completa outro, em tom de revolta.
A mulher foi liberada depois de uma audiência de custódia. Segundo o juiz responsável, Ricardo Jorge Cavalcante Lima, a suspeita foi solta por ser ré primária, possuir bons antecedentes e ter endereço fixo. Ela também tem emprego fixo em um matadouro e alegou que as armas seriam do namorado.
"Está na ficha dela que ela nunca havia sido presa e tem bons antecedentes. Segundo o que ela apresentou, as armas seriam de um namorado, que as deixou na casa dela sem que ela soubesse. Ela disse de quem eram as armas, por isso soltei. Não fiz nada mais nada menos do que a lei estabelece".
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