Pedido da OAB para não divulgar nome de advogado preso em operação é repudiado por jornalistas
A Seccional Alagoana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL) enviou ofício a diretores de Jornalismo de veículos de comunicação do Estado, pedindo que jornalistas não divulgassem o nome do advogado Igor Gonçalves Ferro, preso, nesta quinta-feira (28), em operação contra o crime organizado em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas.
A iniciativa da Diretoria de Defesa e Prerrogativas do Advogado (DPVA) da OAB de Alagoas foi repudiada por jornalistas, que questionaram o pedido oficial pela censura dos fatos confirmados pelo delegado Mário Jorge Barros, diretor da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), que revelou o nome do advogado à imprensa.
O ofício assinado pela Secretária Geral da DPVA, Juliana Marques Modesto Leahy, sugere que a divulgação expondo o nome do advogado “é altamente temerosa e viola o princípio da presunção de inocência, prejudicando a imagem do profissional”.
“Como temos a absoluta certeza de que a intenção dos meios de comunicação não é o de violar princípios constitucionais e que o direito de imprensa, liberdade de expressão e inibição à censura devem andar juntos com o princípio da presunção de inocência e proteção à intimidade, requer esta Diretoria que não seja divulgado o nome do Advogado preso, nem que sejam divulgadas imagens do mesmo, visando proteger a sua pessoa, bem como que sejam retiradas todas as menções feitas a seu nome, relacionadas ao presente caso”, diz o texto do ofício da OAB, antes de renovar “votos de estima e consideração”.
LAMENTÁVEL
O repórter do UOL em Alagoas, Carlos Madeiro, considerou profundamente lamentável que a OAB tenha buscado cercear o direito de informar só porque se trata da prisão de um advogado. E protesta dizendo que nunca viu OAB se manifestar quando prendem para averiguação um pobre na favela.
“Noticiar a prisão (se ela ocorreu) não implica em qualquer juízo de valor. Centenas de políticos estão presos hoje e todas são noticiadas. Seria mais interessante a OAB mandar explicações dele que pedir algo assim. Quero deixar minha contrariedade completa a essa postura, e pedir que nenhum veículo retire o nome – apenas o ouça, como manda nossa ética”, disse o profissional da imprensa alagoana.
Alguns veículos de comunicação que divulgaram a prisão recuaram, após o pedido da OAB e retiraram das matérias o nome do advogado. O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, nem a presidente da OAB em Alagoas, Fernanda Marinela, não se manifestaram sobre o caso.
“SEM EQUÍVOCOS”
O delegado Mário Jorge Barros, que teria divulgado à imprensa somente o nome do advogado, reafirmou ao Diário do Poder que não houve equívoco na operação que prendeu um total de seis suspeitos de fazer parte de uma organização criminosa, em cumprimento a mandados de prisão expedidos pelos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital, especializada no combate ao crime organizado.
“Amanhã passaremos os detalhes, durante a coletiva. Cumprimos mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital. Mas não há equívoco”, disse o delegado Mário Jorge Barros, citando coletiva prevista para a manhã desta sexta-feira (29).
O advogado José Aílton Júnior, que defende Igor Ferro, disse ainda não ter um posicionamento oficial sobre a prisão. “Estamos tentando estudar o processo para entender melhor todos os fatos que culminaram com essa decisão”, disse o defensor do advogado preso.
Leia a nota em que a OAB pediu que as redações censurassem a divulgação da prisão do advogado:
A iniciativa da Diretoria de Defesa e Prerrogativas do Advogado (DPVA) da OAB de Alagoas foi repudiada por jornalistas, que questionaram o pedido oficial pela censura dos fatos confirmados pelo delegado Mário Jorge Barros, diretor da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), que revelou o nome do advogado à imprensa.
O ofício assinado pela Secretária Geral da DPVA, Juliana Marques Modesto Leahy, sugere que a divulgação expondo o nome do advogado “é altamente temerosa e viola o princípio da presunção de inocência, prejudicando a imagem do profissional”.
“Como temos a absoluta certeza de que a intenção dos meios de comunicação não é o de violar princípios constitucionais e que o direito de imprensa, liberdade de expressão e inibição à censura devem andar juntos com o princípio da presunção de inocência e proteção à intimidade, requer esta Diretoria que não seja divulgado o nome do Advogado preso, nem que sejam divulgadas imagens do mesmo, visando proteger a sua pessoa, bem como que sejam retiradas todas as menções feitas a seu nome, relacionadas ao presente caso”, diz o texto do ofício da OAB, antes de renovar “votos de estima e consideração”.
LAMENTÁVEL
O repórter do UOL em Alagoas, Carlos Madeiro, considerou profundamente lamentável que a OAB tenha buscado cercear o direito de informar só porque se trata da prisão de um advogado. E protesta dizendo que nunca viu OAB se manifestar quando prendem para averiguação um pobre na favela.
“Noticiar a prisão (se ela ocorreu) não implica em qualquer juízo de valor. Centenas de políticos estão presos hoje e todas são noticiadas. Seria mais interessante a OAB mandar explicações dele que pedir algo assim. Quero deixar minha contrariedade completa a essa postura, e pedir que nenhum veículo retire o nome – apenas o ouça, como manda nossa ética”, disse o profissional da imprensa alagoana.
Alguns veículos de comunicação que divulgaram a prisão recuaram, após o pedido da OAB e retiraram das matérias o nome do advogado. O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, nem a presidente da OAB em Alagoas, Fernanda Marinela, não se manifestaram sobre o caso.
“SEM EQUÍVOCOS”
O delegado Mário Jorge Barros, que teria divulgado à imprensa somente o nome do advogado, reafirmou ao Diário do Poder que não houve equívoco na operação que prendeu um total de seis suspeitos de fazer parte de uma organização criminosa, em cumprimento a mandados de prisão expedidos pelos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital, especializada no combate ao crime organizado.
“Amanhã passaremos os detalhes, durante a coletiva. Cumprimos mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital. Mas não há equívoco”, disse o delegado Mário Jorge Barros, citando coletiva prevista para a manhã desta sexta-feira (29).
O advogado José Aílton Júnior, que defende Igor Ferro, disse ainda não ter um posicionamento oficial sobre a prisão. “Estamos tentando estudar o processo para entender melhor todos os fatos que culminaram com essa decisão”, disse o defensor do advogado preso.
Leia a nota em que a OAB pediu que as redações censurassem a divulgação da prisão do advogado:
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