Estudante de 13 anos é suspeito de matar vizinha de 14, em Goiás

Por G1 24/08/2017 07h07 - Atualizado em 24/08/2017 10h10
Por G1 24/08/2017 07h07 Atualizado em 24/08/2017 10h10
Estudante de 13 anos é suspeito de matar vizinha de 14, em Goiás
Foto: Arquivo Pessoal
O coordenador do turno vespertino do Colégio Estadual Jardim América, Cézar Sabino, de 57 anos, afirmou que o estudante de 13 anos suspeito de matar a vizinha Tamires Paula de Almeida, de 14, o procurou logo após esfaqueá-la. O crime ocorreu no prédio em que o menino e a vítima moravam, em Goiânia. Ao G1, o profissional contou que o aluno estava tremendo.

“Ele me procurou e disse que precisava falar em particular comigo. Ele me falou: ‘Chama a ambulância que eu esfaqueei uma pessoa no meu prédio’. Ele chegou tremendo, estava com os braços vermelhos, nervoso”, relatou.

De acordo com Sabino, o adolescente o entregou a faca usada por ele. “A faca estava enrolada em um pano preto, ensanguentada. Deixei na minha mesa e falei para ninguém tocar”, contou.

O coordenador relatou que, de imediato, a diretora foi ao prédio do estudante para tentar socorrer a adolescente, mas ela já havia morrido. Os profissionais também chamaram a Polícia Militar, que apreendeu o garoto.

Crime
O crime ocorreu por volta das 13h de quarta-feira (23), no 5º andar da escadaria do prédio em que vítima e suspeito moravam, no Setor Jardim América. A escola fica nas proximidades do imóvel, no mesmo bairro.

O capitão da Polícia Militar Leonidio Alves de Moraes Júnior contou ao G1 que os adolescentes se encontraram no elevador. "Ele a puxou, a arrastou até a escada de incêndio e a esfaqueou. A vítima foi atingida por cerca de dez facadas espalhadas pelos braços, pescoço e tórax", explicou.

Segundo o capitão, apesar de o crime ter ocorrido no mesmo andar do apartamento de Tamires, a mãe dela não escutou. "Uma pessoa foi ao corredor e, sem saber, pediu ajuda no apartamento que era da mãe da vítima. Ela se deparou com a própria filha morta. Foi uma ocorrência muito traumática", disse o capitão.

Amiga da mãe da vítima, uma dona de casa, de 50 anos, que preferiu não ter a identidade revelada, disse que a moradora passou mal ao saber da morte da filha. Ela precisou até ser levada a um hospital, mas recebeu alta horas depois.

"A mãe dela a viu morta e entrou em estado de choque. Está desesperada”, contou.

O delegado Paulo Ribeiro, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), esteve no local. Porém, ele informou que o caso deve ser investigado pela Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), para o adolescente foi levado e segue detido.

"Ainda não se sabe a motivação do crime. Não podemos antecipar nada desse caso porque a gente não sabe os motivos que o levaram a cometer isso", afirmou.

O delegado destacou que o sistema de monitoramento não registrou a morte da menina. "As câmeras de segurança mostram ele [adolescente apreendido] descendo do elevador e saindo do prédio, mas elas não registraram o crime", afirmou.

A Polícia Técnico Científica esteve no prédio para realizar a perícia. O corpo da vítima foi retirado do local às 17h40 de quarta-feira e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia.

Luto
Tamires estudava no 9º ano do ensino fundamental e o suspeito, no 7º. Ambos no período vespertino. A escola ficará fechada nesta quinta-feira (24).

“Na escola está todo mundo comovido. Os alunos são como nossos filhos. Estou abismado”, lamentou o coordenador.

A adolescente estudava na escola desde o início do ano. Sabino conta que ela era uma ótima aluna e que todas as notas do boletim eram acima de 9. “Ela só tirava 10 quase. Era muito boa menina”, ressaltou.

Colega de sala e amiga de Tamires, uma adolescente de 13 anos ressalta que a vítima era “superinteligente e estudiosa”. De acordo com a menina, todos ficaram abalados com o que aconteceu, pois ela era muito querida.

“Ela era muito amorosa, nunca faria nada com ninguém. Todo mundo era amigo dela”, disse a colega.

Outra menina que estuda na mesma escola conta que Tamires era muito educada.

“Ela era muito educada, meiga, sempre estava com um sorriso no rosto”, contou a colega.

Já o adolescente era mais tímido, segundo os demais estudantes. "Ele era mais calado, na dele, ficava muito sozinho, às vezes ficava escutando música", conta um colega.