Exército faz 1º curso para sargentos mulheres; conheça a 1ª colocada
Aos 21 anos, Gabrielli Lopes escolheu uma rotina bem diferente da maioria dos jovens. Desde o dia 17 de abril, seu dia a dia é exaustivo com muito estudo e exercícios físicos no curso de formação de sargentos do Exército.
Em busca de um futuro estável, ela se dedicou exclusivamente aos estudos por 10 meses atrás de uma vaga. A recompensa foi a aprovação, em 1º lugar entre as mulheres, no concurso da Escola de Sargento das Armas (ESA) na área de combatente/ logística-técnica/ aviação, realizado no ano passado. Gabrielli deixou para trás 12,5 mil candidatas, uma concorrência de 179 por vaga, e conseguiu uma das 70 vagas no curso.
"Eu só queria passar. Se passasse na 70ª posição seria ótimo. Eu não esperava esse resultado. Quando vi a concorrência fiquei assustada, mas percebi que tinha que pensar na minha prova", afirma Gabrielli.
Essa foi a primeira vez que o Exército abriu seleção nessa área para mulheres. A jovem acredita que terá uma grande responsabilidade para que outras turmas de mulheres possam surgir no futuro.
Segundo o Exército, as mulheres recebem a mesma instrução militar básica ministrada aos homens e participam de marchas (a pé e motorizadas), acampamentos, tiro real, jogos de guerra (em computadores) e manobras logísticas, na esfera de suas especialidades. Atualmente, cerca de 8 mil mulheres ocupam cargos em organizações militares de todas as regiões do país.
O curso de formação de sargentos vai até dezembro de 2018 e acontece em regime de internato. Os alunos podem sair nos dias de semana em caráter excepcional, e nos finais de semana eles podem ser liberados a critério do comandante. Após a formatura, os novos sargentos terão salário em torno de R$ 3.950.
A jovem deixou o bairro de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, e se apresentou para o curso em 17 de abril, em Juiz de Fora (MG).
Gabrielli optou pelos concursos públicos pela estabilidade e pelo plano de carreira. Ela tem familiares militares e seu irmão era do Exército. "Tenho curso técnico em enfermagem e pensei em fazer o concurso para a área da saúde, mas quando vi a opção de combatente fiquei em dúvida. Só decidi dois dias antes de terminar a inscrição".
Ela chegou a fazer um ano de cursinho pré-vestibular, mas não conseguiu chegar à segunda fase da UERJ para disputar uma vaga no curso para o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. A jovem também fez concursos de nível médio, na área administrativa, para órgãos estaduais, mas resolveu focar no seu objetivo: a ESA do Exército.
Estratégia de estudo
A jovem se preparou exclusivamente para esse concurso por 10 meses durante o ano passado, estudando nove horas por dia, sendo três horas no Curso Progressão e outras seis em casa ou em grupo de estudos. Pouco tempo antes da prova, ela chegou a estudar oito horas por dia, totalizando 11 horas.
O principal entrave foi a matemática. Ela não teve trigonometria na escola e teve que se esforçar para aprender o conteúdo. Estudo no ônibus, caderno com fórmulas e muitos simulados fizeram parte da preparação de Gabrielli. Por outro lado, cinema, praia e saídas com os amigos ficaram de fora da sua agenda.
Um imprevisto atrasou o cronograma de estudos de Gabrielli. Ela teve chikungunya e precisou ficar em repouso. Algumas matérias já tinham terminado, mas ela acabou perdendo aulas de trigonometria. "Eu fiquei desesperada. Minha amiga filmava a explicação do professor e mandava para mim. Tive que parar por algumas semanas e depois não consegui manter o ritmo de oito horas de estudo, mas estudava todos os dias", conta.
O resultado da dedicação total foi visto na prova: respostas certas em todas as questões de português e história, um erro em matemática e dois em geografia. Além de uma boa pontuação na redação.
Teste físico
Depois de passar pelas provas, o teste físico era o novo desafio de Gabrielli. Ela começou a se preparar somente depois da divulgação do resultado da redação, no fim de janeiro, mas os exames estavam marcados para o início de março. "Foi uma escolha péssima. Eu tinha um mês para treinar e não conseguia fazer as flexões sem apoio".
Ela se inscreveu em um curso de preparação física para concursos e começou uma rotina de exercícios e dieta. O teste consistia em 37 repetições de abdominal supra, 8 flexões de braços sem apoio dos joelhos e corrida de 1.950 metros em 12 minutos.
Ela foi a mais rápida na corrida e conseguiu completar as outras exigências. "Fui indo e nem sabia como estava me saindo. A questão psicológica é pior do que a física", afirma.
Futuro
Poucos dias antes de sua apresentação para o início do curso, Gabrielli estava apreensiva por ter de deixar a família no Rio de Janeiro. "Nunca saí de casa, sempre morei aqui e agora vou para outro estado. Deixei para pensar nisso só agora, no final".
Ela quer ter um bom aproveitamento no curso para só depois pensar qual das áreas vai escolher: logística, aviação, intendência ou material bélico.
Em busca de um futuro estável, ela se dedicou exclusivamente aos estudos por 10 meses atrás de uma vaga. A recompensa foi a aprovação, em 1º lugar entre as mulheres, no concurso da Escola de Sargento das Armas (ESA) na área de combatente/ logística-técnica/ aviação, realizado no ano passado. Gabrielli deixou para trás 12,5 mil candidatas, uma concorrência de 179 por vaga, e conseguiu uma das 70 vagas no curso.
"Eu só queria passar. Se passasse na 70ª posição seria ótimo. Eu não esperava esse resultado. Quando vi a concorrência fiquei assustada, mas percebi que tinha que pensar na minha prova", afirma Gabrielli.
Essa foi a primeira vez que o Exército abriu seleção nessa área para mulheres. A jovem acredita que terá uma grande responsabilidade para que outras turmas de mulheres possam surgir no futuro.
Segundo o Exército, as mulheres recebem a mesma instrução militar básica ministrada aos homens e participam de marchas (a pé e motorizadas), acampamentos, tiro real, jogos de guerra (em computadores) e manobras logísticas, na esfera de suas especialidades. Atualmente, cerca de 8 mil mulheres ocupam cargos em organizações militares de todas as regiões do país.
O curso de formação de sargentos vai até dezembro de 2018 e acontece em regime de internato. Os alunos podem sair nos dias de semana em caráter excepcional, e nos finais de semana eles podem ser liberados a critério do comandante. Após a formatura, os novos sargentos terão salário em torno de R$ 3.950.
A jovem deixou o bairro de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, e se apresentou para o curso em 17 de abril, em Juiz de Fora (MG).
Gabrielli optou pelos concursos públicos pela estabilidade e pelo plano de carreira. Ela tem familiares militares e seu irmão era do Exército. "Tenho curso técnico em enfermagem e pensei em fazer o concurso para a área da saúde, mas quando vi a opção de combatente fiquei em dúvida. Só decidi dois dias antes de terminar a inscrição".
Ela chegou a fazer um ano de cursinho pré-vestibular, mas não conseguiu chegar à segunda fase da UERJ para disputar uma vaga no curso para o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. A jovem também fez concursos de nível médio, na área administrativa, para órgãos estaduais, mas resolveu focar no seu objetivo: a ESA do Exército.
Estratégia de estudo
A jovem se preparou exclusivamente para esse concurso por 10 meses durante o ano passado, estudando nove horas por dia, sendo três horas no Curso Progressão e outras seis em casa ou em grupo de estudos. Pouco tempo antes da prova, ela chegou a estudar oito horas por dia, totalizando 11 horas.
O principal entrave foi a matemática. Ela não teve trigonometria na escola e teve que se esforçar para aprender o conteúdo. Estudo no ônibus, caderno com fórmulas e muitos simulados fizeram parte da preparação de Gabrielli. Por outro lado, cinema, praia e saídas com os amigos ficaram de fora da sua agenda.
Um imprevisto atrasou o cronograma de estudos de Gabrielli. Ela teve chikungunya e precisou ficar em repouso. Algumas matérias já tinham terminado, mas ela acabou perdendo aulas de trigonometria. "Eu fiquei desesperada. Minha amiga filmava a explicação do professor e mandava para mim. Tive que parar por algumas semanas e depois não consegui manter o ritmo de oito horas de estudo, mas estudava todos os dias", conta.
O resultado da dedicação total foi visto na prova: respostas certas em todas as questões de português e história, um erro em matemática e dois em geografia. Além de uma boa pontuação na redação.
Teste físico
Depois de passar pelas provas, o teste físico era o novo desafio de Gabrielli. Ela começou a se preparar somente depois da divulgação do resultado da redação, no fim de janeiro, mas os exames estavam marcados para o início de março. "Foi uma escolha péssima. Eu tinha um mês para treinar e não conseguia fazer as flexões sem apoio".
Ela se inscreveu em um curso de preparação física para concursos e começou uma rotina de exercícios e dieta. O teste consistia em 37 repetições de abdominal supra, 8 flexões de braços sem apoio dos joelhos e corrida de 1.950 metros em 12 minutos.
Ela foi a mais rápida na corrida e conseguiu completar as outras exigências. "Fui indo e nem sabia como estava me saindo. A questão psicológica é pior do que a física", afirma.
Futuro
Poucos dias antes de sua apresentação para o início do curso, Gabrielli estava apreensiva por ter de deixar a família no Rio de Janeiro. "Nunca saí de casa, sempre morei aqui e agora vou para outro estado. Deixei para pensar nisso só agora, no final".
Ela quer ter um bom aproveitamento no curso para só depois pensar qual das áreas vai escolher: logística, aviação, intendência ou material bélico.
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