Caixa confirma que serão fechadas até 120 agências no país

Por Estadão Conteúdo 28/03/2017 15h03 - Atualizado em 28/03/2017 18h06
Por Estadão Conteúdo 28/03/2017 15h03 Atualizado em 28/03/2017 18h06
Caixa confirma que serão fechadas até 120 agências no país
Foto: Agência Brasil
O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, afirmou nesta terça-feira, 28, que no processo de revisão de agências estão de 100 a 120 unidades que permanecem deficitárias e passarão por processo de intervenção, seja por meio do fechamento ou de fusão com outras unidades, ou ainda mudança para outro lugar e também uma diminuição.

De acordo com ele, esse processo será efetivado assim que for encerrado o processo de demissões.

Occhi afirmou ainda que a Caixa estima adesão de 5 mil funcionários ao Programa de Demissão Voluntária (PDV).

O banco espera que a economia gerada pelo PDV aconteça já a partir do início do ano que vem, a qual está estimada em R$ 975 milhões ao ano após o payback, ou seja, descontado as despesas com as demissões.

Eficiência
“O crescimento do resultado operacional, a redução da inadimplência e o controle de gastos da Caixa em 2016 são indicativos claros de que o banco está trilhando com firmeza o caminho da melhoria da eficiência”. Com estas palavras, o presidente da Caixa introduz o informe de resultados da instituição referente ao exercício de 2016.

O banco destaca que o índice da eficiência operacional teve melhora de 1,6 ponto porcentual no ano, para 52,1% ao final de dezembro, considerado o melhor índice dos últimos dez anos, “reforçando o foco da instituição na continuidade das ações para aumento da produtividade, ampliação das receitas, redução de gastos e sustentabilidade dos resultados”, ainda conforme o comunicado.

Outros pontos ressaltados na mensagem da administração foram o resultado operacional, que teve um avanço de 272% em 12 meses; a margem financeira, que evoluiu 7,4% para R$ 47 bilhões; e o índice de inadimplência, que teve redução de 0,7 p.p. para 2,88% em 2016, “abaixo da média do mercado”.

Também a linha “outras despesas administrativas” ganhou destaque no balanço, pois aumentaram 5,8% sobre 2015, porcentual este abaixo da inflação acumulada no período, de 6,3%. As despesas de pessoal aumentaram 6,5% em 12 meses.

“Com o avanço das receitas e o controle das despesas, os índices de cobertura de pessoal e administrativas continuaram a apresentar melhoria e aumentaram, respectivamente, 1,9 p.p. e 1,4 p.p. em 12 meses, chegando a 106,7% e 67,6%”, diz a Caixa.

Na questão das receitas, o banco cita que a ampliação do relacionamento com clientes gerou aumento de 8,4% nas receitas com prestação de serviços ante 2015, sendo que as de contas correntes, convênios e cobrança, e administração de fundos de investimento, cresceram, respectivamente, 23,7%, 12,7% e 6,8% em 12 meses.

Venda de ativos

O presidente da Caixa afirmou que o banco irá buscar sobretudo eficiência para alcançar melhoria em sua rentabilidade, ressaltando a mudança no mix das receitas do banco, que deixaram de majoritariamente ser representadas por habitação.

“Tínhamos participação de quase 70% das receitas compostas por imobiliário. Com a maior presença em outros segmentos, houve mudança razoável, para 77% composta por habitação, consignado e crédito para a infraestrutura”, afirmou durante coletiva com a imprensa para explicar os números do ano passado.

Occhi reiterou que o banco está em um novo movimento e que para atingir a meta de melhorar o capital não ficará dependente da venda de ativos.

“Não falamos mais de IPO (abertura de capital em bolsa) na Caixa Seguridade e a venda da Lotex. Estamos com assessores contratados na Lotex e Caixa Seguridade, mas aguardaremos o momento para quando houver informações satisfatórias”, afirmou Occhi.

Ele informou ainda que a venda ou o IPO dependem de condições do mercado e que, se houvesse uma oportunidade, dariam continuidade ao plano. “Mas não podemos ficar dependentes da venda de ativos e buscamos eficiência sem a venda de ativos”, acrescentou.

Occhi reiterou várias vezes que não há intenção do banco de recorrer a um aporte do Tesouro para levar o banco a uma melhor condição de capital, rentabilidade ou eficiência.

“Existe um novo momento na Caixa, acrescentou. Nosso índice de inadimplência já é menor do que 2016, o resultado operacional é melhor do que 2016 e o nosso esforço na redução de despesas é feito de modo consistente para preservar a visão do empregado da Caixa”, disse ainda.

O executivo destacou ainda que o banco tem recursos disponíveis, a partir do melhor uso do capital, para investimentos na área de governo e habitação, que são as duas áreas que terão retomada econômica este ano.