Atriz global acusada de ofender nordestinos afirma que suas palavras foram distorcidas

Por Redação 26/10/2016 16h04 - Atualizado em 26/10/2016 19h07
Por Redação 26/10/2016 16h04 Atualizado em 26/10/2016 19h07
Atriz global acusada de ofender nordestinos afirma que suas palavras foram distorcidas
Foto: Reprodução
Em uma postagem feita no Facebook, na tarde desta quarta-feira (26), a atriz global, Alexia Dechamps acusou o deputado federal alagoano Pedro Vilela (PSDB) de desrespeito, oportunismo e de deturpar as palavras que ela disse ontem, durante a audiência pública sobre a regulamentação da vaquejada.

Em um vídeo que está circulando na web mostra a atriz e o deputado discutindo durante aaudiência pública na Câmara dos Deputados, que aconteceu em Brasília nesta terça (25), para decidirem se proíbem ou não a vaquejada no Brasil.

Pedro Vilela afirmou que Alexia disse na audiência “calem a boca que eu já pago o Bolsa Família para o Nordeste”. Em sua rede social, Alexia publicou que além de deturpar sua fala, o deputado a ofendeu, tentou humilhar e constranger.
 

Foto: Reprodução 


 
Confira o texto publicado pela atriz na íntegra: 


DEPUTADO AGRIDE ATRIZ

Eu, Alexia Dechamps, repudio a atitude do deputado Pedro Vilela, do PSDB alagoano, de atribuir a mim palavras desrespeitosas contra o povo nordestino durante audiência pública sobre a regulamentação da vaquejada. Mais do que isso, abomino sua postura oportunista de aproveitar-se de um falso embate com uma pessoa pública, atriz profissional, para conseguir mídia fácil e destacar-se diante de seu eleitorado. O parlamentar, além de deturpar minhas palavras, me ofendeu, tentou humilhar e constranger, chegando a dirigir-se ao plenário da Câmara pedir que a Procuradoria da Casa me processe. Não sabe o Sr. Deputado que não me curvo a ameaças, que o tempo de mulheres indefesas e submissas é passado e que antes que siga com sua infâmia eu o estarei chamando a prestar contas de suas palavras perante os tribunais.

No intenso debate que acontecia entre os que defendiam a vaquejada como atividade econômica, geradora de empregos, e os que, como eu, afirmávamos que nenhum trabalho pode se basear em maus tratos a animais indefesos, defendi que o correto seria buscar alternativas econômicas para os vaqueiros que vivem da vaquejada. Se é uma cultura regional, que se mude a cultura, da mesma forma que se deve abandonar a prática das touradas na Espanha. Nada, absolutamente nada, justifica a violência contra animais ou seres humanos.

Disse ainda que no Nordeste, de onde provinha a maior parte dos vaqueiros lá presentes, existem outras atividades como pesca, turismo e lavoura, além do Bolsa Família, que poderia amparar os mais necessitados. Lembrei que a região é que mais tem inscritos no programa do governo federal. Se o auxílio existe, sustentado pelos impostos que eu e todos os brasileiros pagamos, para socorrer pessoas sem renda suficiente, deve ser utilizado para casos extremos como o que discutíamos.
A deturpação dos meus argumentos, como se vê, é vil. Espero que a exposição do caso sirva para desmascarar este tipo de ardil, mostrando aos eleitores do parlamentar quem ele realmente é, em lugar da imagem que gostaria de ver estampada nos jornais. A verdade costuma ser severa com quem manipula fatos e agride semelhantes para conquistar objetivos mesquinhos.

Vim para Brasília para defender a Constituição do meu país, defender a interpretação do Supremo Tribunal Federal contra as vaquejadas e as minhas convicções. É disso que eu vivo. É isso que sou.