Consulta anual ao oftalmologista é fundamental no tratamento do glaucoma

Por Agência Alagoas 10/09/2016 16h04 - Atualizado em 10/09/2016 19h07
Por Agência Alagoas 10/09/2016 16h04 Atualizado em 10/09/2016 19h07
Consulta anual ao oftalmologista é fundamental no tratamento do glaucoma
De modo geral, dois sinais merecem a atenção, a pressão intraocular acima da média e alterações no n - Foto: Neide Brandão
Forte dor nos olhos, náuseas, vômitos, visão borrada, olhos vermelhos e diminuição da visão são alguns dos sintomas do glaucoma. Mas a doença, em geral, apresenta evolução lenta sem causar sintomas até as fases mais avançadas, quando o paciente já está perdendo a visão. A consulta anual ao oftalmologista previne os estágios mais avançados do glaucoma.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), dois milhões e quatrocentos mil casos são registrados por ano no mundo, 80% dos casos não são tratados e evoluem para a perda da visão.

Nairo Freitas, oftalmologista do Hospital Geral do Estado (HGE), explicou que o glaucoma é considerado uma doença assintomática, causada principalmente pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, comprometimento visual. Se não for tratado adequadamente, pode levar à cegueira.

“Em geral, a pessoa vai perceber alguma coisa quando a doença já está em estado avançado, com o campo visual já fechando. Consultar com regularidade o oftalmologista, com uma periodicidade anual, é extremamente importante. Na consulta é examinado o fundo do olho e o nervo ótico. O diagnóstico precoce é fundamental para o controle da doença”, alerta o oftalmologista.

Foi desta forma que Josiene Viana, de 30 anos, descobriu a doença. Em uma consulta de rotina ficou sabendo que o glaucoma estava em seu estado inicial. Hoje, trata da doença rotineiramente, sem perdas significativas na visão. “A consulta foi fundamental. Tenho o hábito de ir ao oftalmo anualmente porque já tenho casos na família e fui alertada sobre a incidência dos casos”, contou Josiane Vieira.

Segundo o especialista, a doença aparece com mais frequência a partir dos 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade, dependendo da causa que provocou a pressão intraocular mais elevada.

“A doença tem um forte componente hereditário. Quem tem pai, mãe e irmãos com glaucoma corre risco maior. Os negros também são pacientes de risco, assim como os diabéticos e míopes. Considero esses os principais grupos de risco para o glaucoma comum. Para os glaucomas secundários, podemos citar os pacientes que usam corticóides orais por muito tempo e as vítimas de algum trauma na região ocular”, completou.

Classificação

Há vários tipos de glaucoma. O glaucoma crônico simples ou glaucoma de ângulo aberto, que representa mais ou menos 80% dos casos. Ele é causado por uma alteração anatômica na região do ângulo da câmara anterior, que impede a saída do humor aquoso e aumenta a pressão intraocular. A principal característica do glaucoma de ângulo fechado é o aumento súbito de pressão intraocular. O glaucoma congênito (forma mais rara) acomete os recém-nascidos e o glaucoma secundário que é decorrente de enfermidades como diabetes, uveítes, cataratas, etc.

O oftalmologista explicou que para o diagnóstico do paciente ser confirmado, de modo geral, dois sinais merecem a atenção, a pressão intraocular acima da média e alterações no nervo ótico, perceptíveis no exame de fundo de olho. “O nervo ótico apresenta algumas características específicas nos pacientes com a doença. Outros fatores também podem ajudar a confirmar o diagnóstico. Mas, confirmamos através de exames complementares como, campimetria, retinografia, paquimetria e a tomografia do disco óptico”.

Tratamento

O tratamento é clínico e à base de colírios. O glaucoma crônico, tipo mais comum da doença – exige o uso constante de colírios pela vida inteira, porque não tem cura. Como pode ser controlado por meio de medicação, cirurgia ou raio laser, o paciente precisa ser mantido “sob controle” ininterruptamente. Tratamento inadequado ou falta de tratamento pode levar à cegueira.

“Se a gente conseguir diagnosticar o glaucoma no início e conseguir controlá-lo, com medicação ou cirurgia o paciente terá uma vida normal e dificilmente evoluirá para perda de visão significativa. Já os pacientes que negligenciam isso, que mal fazem suas consultas, terão perda de visão porque quando chega a um estágio muito avançado da doença não tem mais o que fazer. A melhor prevenção é o diagnóstico precoce”, alertou Nairo Freitas.