Pelé recebe do presidente do COI homenagem por serviços prestados

Por Globo Esporte 16/06/2016 15h03 - Atualizado em 16/06/2016 18h06
Por Globo Esporte 16/06/2016 15h03 Atualizado em 16/06/2016 18h06
Pelé recebe do presidente do COI homenagem por serviços prestados
Foto: Guilherme Costa
Considerado por muitos o melhor atleta do século passado, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, recebeu, nesta quinta-feira, em Santos, a comenda da Ordem Olímpica do Comitê Olímpico Internacional (COI). A iniciativa partiu do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Essa é a maior honraria que a entidade entrega aos desportistas. Entre os brasileiros, apenas a ex-nadadora Maria Lenk e o ex-atleta Adhemar Ferreira da Silva foram condecorados.

- Tudo que o Pelé fez dentro e fora do esporte foi para reforçar os valores do esporte. No caso do Pelé, a discussão sobre se ele merecia ou não a honraria durou alguns segundos - declarou Thomas Bach, em seu discurso.

Mesmo sem nunca ter participado do evento multiesportivo, o ex-jogador foi homenageado em cerimônia realizada no Museu Pelé, com as presenças do alemão Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, e Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB e do Comitê Organizador do Rio 2016.

- Foi de Santos que eu saí para o mundo, falei para o Nuzman que gostaria de receber a homenagem em Santos. Queria lembrar duas coisas. Por coincidência, em 58, quando tinha 17 anos, ninguém sabia quem era o Brasil, e eu tenho certeza que, com o futebol, nos tornamos conhecidos. A outra coincidência é que, por eu ter começado, não podia jogar profissional. O futebol nunca levou um título olímpico, pois nunca joguei. Vamos torcer para que o Brasil ganhe - brincou o Rei.

O alemão Thomaz Bach também demonstrou espírito esportivo e não poupou o tricampeão mundial, ao relembrar a vexatória derrota da seleção brasileira para a "sua" Alemanha, na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, por 7 a 1.

- No tempo em que o Pelé estava no auge, o Brasil vencia a Alemanha sem nenhuma dificuldade (risos). Ninguém podia reclamar do Pelé, era um prazer vê-lo jogando. Mesmo para uma pessoa que foi campeã olímpica de esgrima (Bach é), o amor ao esporte veio do futebol. Entrego a honraria para um dos meus ídolos.

 

Thomas Bach discursa durante evento em São Paulo (Foto: Guilherme Costa)
 
O ex-jogador é um dos cotados para acender a pira olímpica no dia 5 de agosto, no Maracanã. Este é um dos maiores segredos da cerimônia de abertura, já que é um dos atos mais simbólicos do evento. Nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, quem acendeu foi o campeão olímpico de atletismo Joaquim Cruz. O Comitê Organizador dos Jogos do Rio, como acontece em todas as edições, manterá o sigilo até o dia da abertura.

Pelé jamais participou de uma edição dos Jogos Olímpicos. No ápice de sua carreira, entre o fim dos anos 1950 e início da década de 1970, somente jogadores amadores podiam atuar na Olimpíada, o que impediu que ele entrasse em campo pela seleção. No período, o time ficou em quinto lugar nos Jogos de 1960 (Roma, Itália), nono em 1964 (Tóquio, Japão) e 13º em 1968 (Cidade do México).

O Museu Pelé, em Santos, foi inaugurado durante a Copa do Mundo de 2014. O local foi construído nos antigos Casarões do Valongo, erguidos no século XIX e restaurados para receber o material de Pelé. Nos dois prédios, com 4.134 m² de área total, são distribuídas mais de 2,5 mil peças do acervo do Rei - dentre elas a Bola de Ouro especial recebida na festa de gala da Fifa, em janeiro.