Coronel Lima Júnior confirma prisão de suspeitos de agressão após clássico

Por Redação com Gazetaweb 09/05/2016 11h11 - Atualizado em 09/05/2016 14h02
Por Redação com Gazetaweb 09/05/2016 11h11 Atualizado em 09/05/2016 14h02
Coronel Lima Júnior confirma prisão de suspeitos de agressão após clássico
Foto: Cortesia ao Já é Notícia
Foram divulgadas as imagens dos envolvidos no espancamento de um jovem, ocorrido após a final do Campeonato Alagoano, neste domingo (8), no Estádio Rei Pelé, no Trapiche da Barra, em Maceió.

A violência tomou conta do gramado após o apito de finalização do jogo, que rendeu vitória ao CRB por 1 a 0 em cima do CSA. Alguns torcedores ficaram feridos e foram levados ao Hospital Geral do Estado (HGE). O secretário de estado da Segurança Pública, coronel Paulo Domingos Lima Júnior, informou, inclusive, que alguns dos suspeitos foram detidos ainda na noite de ontem.

A informação do secretário foi dada na manhã desta segunda-feira (9), no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no Jaraguá, onde o governador Renan Filho (PMDB) recebe 200 novos alunos do Curso de Formação de Praças, que serão integrados aos quadros da corporação. Segundo Lima Júnior, o trabalho do setor de inteligência começou de imediato ao término da partida.

"Dezenas de torcedores já foram identificados, com auxílio de imagens do sistema de segurança do estádio, da imprensa e redes sociais. Todos os envolvidos serão presos e vamos trabalhar junto com a federação para acabar com esses bandidos travestidos de torcedores. Após identificá-los, estamos na segunda fase, que é prendê-los", garantiu o secretário.

O coronel Lima Júnior afirmou que a polícia agiu, no primeiro momento, para conter a Mancha Azul, que estava em maior número no Rei Pelé. Toda a ação não passou de 30 segundos, desde o início da confusão até a chegada aos torcedores que estavam caídos no chão. "A PM está de parabéns. O efetivo utilizado foi de dois batalhões para conter o tumulto", reforçou o comandante, citando que algumas pessoas foram presas logo após as agressões e um relatório detalhado será divulgado ainda nesta manhã.

Conforme ressaltou o comandante da PM, coronel Marcos Sampaio, a corporação fará um estudo de caso, apresentando o resultado às autoridades judiciais competentes, de forma que as providências sejam tomadas. "Garanto que não houve falha da PM. A polícia agiu dentro do que prescrevem as normas de ingresso no estádio. Quem tem autorização para entrar no gramado é o Bope [Batalhão de Operações Especiais], que agiu corretamente. Como torcedor, fico triste, pois evento como esse afasta-nos do estádio", pontuou o comandante.

Confira as imagens:



Governador Renan Filho
Um dia após o ocorrido, o governador do Estado, Renan Filho, afirmou que o crime organizado está infiltrado nas torcidas e defendeu que as próximas partidas entre os clubes aconteçam com torcida única.

"Muitos bandidos, criminosos, traficantes se infiltram nas torcidas organizadas, travestidos de torcedores. Mas, na verdade, essas pessoas vão verdadeiramente [para os estádios] para criar problemas", expôs o governador, acrescentando que a estratégia de torcida única foi adotada em clássicos realizados entre os clubes no ano passado.

De acordo com Renan Filho, a polícia tem atuado para desarticular grupos criminosos e reduzir  problemas em campo. "A PM esteve na sede da principal torcida do CSA e na principal torcida do CRB no ano passado. O que precisamos fazer é assumir a responsabilidade", ressaltou.

Para ele, em episódios como o deste domingo, "todo mundo" tem responsabilidade. "O Estado, Ministério Público, o Judiciário, a imprensa, os clubes de futebol e os próprios torcedores têm responsabilidade. Se cada um fizer a sua parte, não veremos se repetir episódios lamentáveis como os que aconteceram nesse fim de semana".

"O ideal era o estádio ser dividido metade para uma torcida e metade para outra, mas infelizmente não é possível. Esse atual modelo, onde há 15 mil torcedores de um clube e 3 mil de outro propicia uma batalha campal. Por isso, é preciso tomar medidas urgentes", destacou Renan Filho.

Nota do Tribunal de Justiça de Alagoas
Em nota, o Tribunal de Justiça de Alagoas lamentou o ocorrido, justificando por que os baderneiros não foram julgados em tempo hábil ainda no estádio Rei Pelé.

“Acerca do lamentável episódio ocorrido ontem durante a final do Campeonato Alagoano de Futebol, o juiz Celyrio Adamastor Accioly, titular do Juizado do Torcedor, esclarece:

1 – Não havia delegado da Polícia Civil ontem, como de costume, no Estádio Rei Pelé. Por conta disso, não foram encaminhados Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO) ao juiz plantonista que atuava no Juizado, John Silas da Silva. Dessa forma, o magistrado não pôde julgar e sentenciar de imediato nenhum dos envolvidos, conforme tem acontecido normalmente em dias de jogo, desde a implantação do Juizado do Torcedor. Os presos no local foram levados pela Polícia Militar para a Central de Flagrantes e não retornaram.

2 – O juiz John Silas oficiou a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil, para que os infratores sejam reconhecidos com base nas imagens registradas e sejam abertos procedimentos criminais.

3 – O juiz Celyrio Adamastor determinou na manhã desta segunda-feira (9) que seja oficiado o Comando do Policiamento da Capital (CPC), para que envie informações detalhadas sobre as ocorrências do evento. As informações serão remetidas ao Ministério Público Estadual, a quem cabe provocar o Poder Judiciário com vistas à responsabilização criminal.”